O Pharol [jornal]
O Jornal O Pharol começou a circular no dia 29 de julho de 1904 no formato 32 centímetros x 48 centímetros, com redação a rua Lauro Muller fundos da agência do correio, instalada na própria residência da família. dispunha de uma papelaria anexa. Era de propriedade da Associação Typographica Modelo da qual foram acionistas: Eduardo Miranda, Arnoldo Heusi, Max Schnaider, Eurico Fontes, Anisio R. d’Oliveira, Rodolpho Weickert, Bonifacio Schmidt, João Marques Brandão, Max Stein, Cesar Silveira, Marcos Heusi, Carlos Seára Junior, Geral Gonçalves, Manoel Marques Brandão, Gil Ferreira, Edelmiro Miranda, Guilherme Schnaider, Nilo Bacellar, Reynaldo Scheefler, Dorcilio d’Oliveira, Samuel Heusi, Felippe Reiser, Antonio Pereira Liberato, Dorval P. de Campos, João Asseburg, João Kunitz, Samuel Heusi, Pedro Burghardt, Max Puetter, Paulo Scheefler, Esther e Alodias Miranda, Julieta Miranda Lins, Hildebrando Garcia, Maria Ascenção, Regina Miranda, Francisco Santiago, José Navarro, Alfredo Hyppolito do Canto.
As assinaturas trimestrais custavam 1$000. O Pharol servia de contraponto ao jornal Novidades, tanto na política quanto em pequenas notas sem motivações políticas ou econômicas, surgidas das crônicas e comentários populares. Era um jornal muito mal impresso que só conseguiu resolver problemas gráficos – que envolviam até mesmo a legibilidade do impresso – quando Juventino Linhares assumiu o seu comando, já no ano de 1924. Mas era muito popular e mantinha acesa disputas que considerava verdadeiras ‘causas’, como é o caso da escolha do traçado da estrada Itajaí-Camboriú e a fiscalização das obras dos molhes da barrbarra do Rio Itajaí.
Equipe e linha editorial
Durante o comando de Joca Miranda o jornal era mais popular que político, mas essa característica editorial mudou acentuadamente quando o jornal passou para propriedade de Juventino Linhares e Pedro Baptista da Silva. Na edição de 07 de julho de 1934, por exemplo, o jornal chegou a colocar no seu cabeçalho duas frases antagônicas: “O Integralismo não é um partido … é um movimento; o maior da História do Brasil.” e ‘Bi-semanario independente’. Na disputa com o Novidades, o Itajahy e outros jornais vinculados aos Konder, O Pharol contou com um time de bons articulistas, como é o caso de João Honório de Miranda [Joca Miranda], Juventino Linhares, Gaspar da Costa Moraes, Alexandre Konder, Aldemar Alegria, José Eugênio Müller.
Chama a atenção a presença nesta equipe do renomado escritor e jornalista Alexandre Konder. Acontece que ele era integralista, alinhado a Juventino Linhares e contrário aos ideários políticos do restante da família – alguns, inclusive, vinculados ao comunista Luiz Carlos Prestes. Esta participação de Alexandre põe a público o mosaico político que se constituiu, notadamente após a Revolução de 1930, a Oligarquia Konder.
Pioneirismo
A exemplo do jornal Novidades, O Pharol também teve seus momentos de inovação, pioneirismo e vanguarda, ajudando a consolidar novas formas de fazer imprensa em Itajaí:
1 – Nas comemorações do centenário de Itajaí, em 1920, ensaiou a tiragem de uma edição comemorativa colorida, respeitando, obviamente as limitações técnicas da época e, mais que isso, as grandes limitações técnicas que o próprio jornal ostentava em todas as suas edições regulares;
2 – É o primeiro jornal efetivamente bissemanal de Itajaí. Sob o comando editorial de Gaspar da Costa Moraes passa a circular às quartas e sábados a partir da edição de 26 de julho de 1929;
3 – Apresenta na edição de 04 de julho de 1931, para comemorar o aniversário da revolta do Forte de Copacabana, a manchete ‘Salve cinco de julho’ estampando uma foto que rememora o feito histórico brasileiro. Ajuda a abrir a porta do que, anos depois, identificaremos como foto-jornalismo ou jornalismo fotográfico;
4 – Começa a assinar alguns artigos e editoriais contando com nomes como Aldemar Alegria, Gaspar da Costa Moraes e Alexandre Konder.
Lançamento
29 de julho de 1904
Formato
32 cm x 48 cm