Folclore – boi de mamão
O memorialista Juventino Linhares nos fala que no Centro de Itajaí era comum surgir, aqui e ali, algumas serestas promovidas por marinheiros, numa Hercílio Luz iluminada por lampiões à querosene mantidos pelos trabalhadores Paulo Rola e Sabino. Nas noites de verão as crianças brincavam de ‘ronda’, os homens jogavam sinuca e jogavam carteado nos bares e lugares adaptados atrás das lojas comerciais No período de dezembro até o carnaval eram formados os grupos de boi-de-mamão e pau-de-fita, bem como as ‘cantorias de Santo-Amaro’. Segundo conta, o destaque da festa do boi-de-mamão era a ‘bernúncia’ ‘com sua enorme bocarra, assustando as mulheres e engolindo as crianças que se postassem a seu alcance’. Itajaí costumava receber vários grupos vindos das localidades distantes do interior e até de Camboriú. Segundo relata, um tal de Zé Simão inseriu na brincadeira a ‘cabrinha’ aumentando cada vez mais a bicharada, para alegria das crianças. Alguns folcloristas garantem que a própria ‘bernúncia’ foi uma invenção dos praticantes do boi-de-mamão de Itajaí. Uma contribuição definitiva à cultura popular catarinense.
TEXTO: Magru Floriano. Itajaipedia.
FONTE: LINHARES, Juventino. O que a memória guardou. Itajaí: Univali, 1997.