Casa Asseburg
A Casa Asseburg ficava localizada na Praça Vidal Ramos, fazendo frente para a Rua Hercílio Luz, Rua Lauro Müller e Avenida Prefeito Paulo Bauer. Foi construída pelo imigrante alemão Wilhelm [Guilherme] Asseburg entre 1866 e 1904. Ele construiu um império empresarial rapidamente, contando com empresas de comissão, consignação, exportação, transporte marítimo, porto privado, estaleiro, fazendas, engenhos de beneficiamento de arroz e café, além de usina de açúcar. A empresa também agenciava os vapores que atuavam na hidrovia do Rio Itajaí no trajeto Itajaí-Blumenau.
O prédio começou a ser construído na esquina da Rua Hercílio Luz com Rua Lauro Müller, sendo ampliado ao longo de quase uma década, em direção ao Rio Itajaí, onde a empresa tinha terminal de cargas. Já no ano de 1881 passou a sediar o vice-consulado do Uruguai e, entre 1889 e 1904, o consulado da Alemanha. No ano de 1919 ocorreu um incêndio no armazém que ficava na parte do meio. Essa marca ficou para sempre no prédio, já que em 1920 a empresa Asseburg iniciou um longo processo de falência. Segundo a memorialista Didyme Lázzaris de Oliveira, o local passou a abrigar diversos escritórios, empresas e até bares como o Brunswick e Trud’s. Entre os empresários que ali montaram suas empresas ela relaciona: Navarro Lins, Max Puetter, Júlio Willerding, Paulo Kleis, Olympio Miranda Júnior, Claudio Schneider, Urbano Vieira, Paulo Scheefer, Irineu Bornhausen, Nelson Heusi. O imóvel foi adquirido por Aducci Corrêa que optou por demolir o prédio histórico a 10 de janeiro de 2001, dando lugar a um estacionamento.
FROTA
O destaque da empresa ficava por conta dos seus vistosos navios. A Asseburg era proprietária das embarcações: Wulff, Félix, Dom Guilherme, Ingeborg, Fidelidade. O ‘lugre’ Fidelidade naufragou durante tempestade nas proximidades da Praia de Cabeçudas. Segundo Juarez José Vanni Müller, o ‘palhabote’ Ingeborg realizou a proeza de atravessar o Atlântico, levando para Hamburgo – Alemanha – madeira, fumo, vinho e outras mercadorias produzidas no Vale do Itajaí.
FALÊNCIA
Muitas pessoas ficam admiradas diante do fato de empresas de grande porte, como foram os casos da Companhia Malburg e Asseburg, falirem. Como o setor econômico é muito dinâmico, muitas vezes a empresa não encontra a melhor solução para novos desafios impostos pelo mercado. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o gigantesco mercado da madeira em Santa Catarina. No caso da Asseburg, o herdeiro principal, Felix Busso Asseburg, manteve uma vida privada bem atribulada e tomou algumas decisões empresariais que comprometeram a saúde financeira da empresa. Entre essas decisões está a compra do navio Estrella, do Lloyd Brasileiro, incendiado no Porto de Itajaí em 1908. A compra do navio e sua reforma exigiu aporte financeiro que o caixa da empresa não estava preparado para suportar.
TEXTO: Magru Floriano. Itajaipedia.
FONTES:
1 – OLIVEIRA, Didymea Lazzaris de. Itajaí: do curato à globalização. Itajaí: aut, 2011.
2 – AZEVEDO MACHADO, Ana Bela de Souza Faria de (org). Identificação do acervo cultural. Itajaí: Fundação Cultural, 2001.
3 – MÜLLER, Juarez José Vanni. Casa Asseburg. IN: DEÓLLA, Lindinalva. Itajaí – imagens & memória. 2 ed. ampl. rev. Itajaí: Amaral editor; Blumenau: Nova Letra, 2016. Páginas 40-41.