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Cultura popular: Benzedura

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Uma manifestação muito presente na cultura popular da comunidade itajaiense é a tradicional benzedura. Ela, geralmente, vinha acompanhada de rezas e as tradicionais garrafadas – feitas com ervas caseiras e silvestres da própria região. No tempo que a população morava majoritariamente na zona rural, longe do centro urbano e sem contar com boas estradas e veículos rápidos, tratar um doente em casa podia representar salvar a sua vida. Daí a importância de ter, em cada comunidade, uma benzedeira e uma pessoa que dominasse a arte de fazer chás e garrafadas com ervas. Junto com as benzedeiras e os produtores de garrafadas também podíamos encontrar os videntes. Estes, contudo, eram mais raros nas comunidades do interior do nosso Município. O Município de Itajaí tem uma larga tradição no cultivo da benzedura. O pioneiro Agostinho Alves Ramos, já por volta de 1820, quando chegou à Itajaí, manteve uma botiga contendo muitas ervas, óleos especiais e garrafadas. Já o pai de Lauro Muller, Pedro Müller, era comerciante e também mantinha ervas e óleos essenciais em seu estabelecimento. Vicente Meirinho, mais recentemente, era reconhecido como ‘médico de família’ por suas benzeduras e aplicação de ervas em doentes da localidade Barra do Rio.

Tipos de benzedura

Existiam benzeduras para todos os principais males que assolavam a população daquela época. Existia benzedura para picada de cobra, quebranto e mau-olhado, hérnia (rendidura), dor de barriga, vermes, dor de cabeça, aftas e sapinho na boca infantil, erisipela, cobreiro, amarelão, dor de dente, pneumonia, dor na nuca, verruga, insolação, chiado no peito, cólica, desinteria, hemorragia, icterícia, pestilência, palidez, febre, sarampo … Muitas vezes era comum as benzedeiras invocarem nas suas rezas a figura de Deus, Santíssima Trindade e Virgem Maria. Também tinha benzedeira que tinha seu santo preferido e de confiança.

 

Walter Piazza recupera o seguinte benzimento contra quebranto (mau-olhado, inveja):

 

Eu te benzo, (nome da pessoa)

Em nome de Santo Antônio!

Se tens quebrante

Se tens mau-olhado ou inveja

Faça esta reza e

Fica bom dêste quebranto

E crê em Deus Padre e Deus Filho

(repetindo três vezes)

 

Endereço na internet contendo todas as benzedeiras na história de Itajaí: https://itajaipedia.com.br/artigos/12841/

 

TEXTO: Magru Floriano

FONTE: PIAZZA, Walter F. Folclore de Brusque. Brusque: SAB, 1960.

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