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Farra do boi [2]

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No tempo antigo (até 1960) era comum a utilização de animais para brincadeiras e atividades de lazer de finais de semana. Corrida de cavalos, brigas de canários e galos, farra do boi, corrida de carros com tração animal … e, por fim, a caça. Na medida que a população vai se transferindo da zona rural para a cidade, aumentando em muito o espaço urbano, essas atividades vão perdendo em intensidade quanto à adesão de público e de praticantes. A derrocada total desses eventos ocorre com o predomínio da política de preservação ambiental e dos direitos dos animais a partir da década de 1990. Legislações cada vez mais rigorosas visaram a proteção aos animais quanto a maus-tratos. Assim, foram totalmente extintas as sangrentas rinhas de galo, as raias de corridas de cavalos e a descontrolada farra do boi. Ela tinha contra si, não apenas o fato de maltratar o animal, mas de causar muitos danos às propriedades urbanas e pôr em risco a vida de pessoas, até mesmo aquelas que não estavam participando da brincadeira.

Novas modalidades

A ‘Farra do Boi’ ou ‘Brincadeira do Boi’ é considerada uma tradição legada dos migrantes açorianos e há séculos faz parte da cultura do povo do litoral catarinense. Contudo, devido aos maus-tratos ao animal e a insegurança física de pessoas e propriedades, ela foi praticamente extinta em Itajaí. Algumas comunidades periféricas à cidade polo que se constituiu Itajaí, como Porto Belo e Navegantes, resistiram como puderam à repressão das forças públicas. Mas, atualmente, ocorrem apenas farras episódicas, rapidamente reprimidas pelas autoridades. Resta, contudo, manifestações dentro de propriedades privadas – sítios, ranchos, fazendas – na modalidade conhecida como ‘Boi na vara’ e ‘Boi na mangueira’. Essas adaptações da tradicional ‘farra do boi’, onde ele era solto nas ruas, tem como diferencial o fato do boi não ficar totalmente solto, tendo seus movimentos restringidos por uma cerca ou corda. Mesmo assim, fica resolvida apenas as questões dos danos materiais e riscos à integridade física de transeuntes, deixando inalterada a questão dos maus-tratos ao animal. Essas ‘farras’ promovidas pelos adultos com os bois também estimulavam as crianças e jovens a promoverem suas próprias ‘farras’ com animais de pequeno porte, como cachorro, cabrito, porco e, até mesmo, com galinhas.

Texto: Magru Floriano.

FONTES:

1 – LINHARES, Juventino. O que a memória guardou. Itajaí: Univali, 1997.

2 – D’ÁVILA, Edison; D’ÁVILA, Márcia. Festas e tradições populares de Itajaí. 2.ed. Itajaí: FGML, 2001.

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