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Religião: procissões, festas e romarias

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Itajaí é um município com população majoritariamente cristã. Nesse sentido, por século, a hegemonia da Igreja Católica trouxe para a cultura popular um número expressivo de procissões e festas alusivas às datas históricas da cristandade e seus santos. Entre as comemorações do calendário cristão mais destacadas na comunidade de Itajaí encontramos: Natal, Quaresma/Ramos/Páscoa, Nossa Senhora da Conceição, Corpus Christi, Nossa Senhora dos Navegantes. No interior, nas comunidades agrícolas, temos a devoção a São Roque e São Sebastião.

As festividades alusivas a Nossa Senhora da Conceição, a 08 de dezembro, foi perdendo força na comunidade ao longo dos anos, cedendo espaço para as festividades de Corpus Christi, em junho. Já a festa em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes passou integralmente para a comunidade de Navegantes, quando esta se emancipou politicamente de Itajaí, a 26 de agosto de 1962. A comunidade itajaiense também já promoveu procissões de grande porte na data consagrada ao Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. A procissão do ‘Cristo morto’ também foi perdendo adeptos e tenta, nos dias atuais, recuperar sua popularidade. Entre as manifestações religiosas envolvendo música temos como destaque: corais, Bandeira do Divino e Terno de Reis.

A primeira grande procissão promovida pela comunidade itajaiense foi a de Nossa Senhora da Conceição, seguida pela Nossa Senhora dos Navegantes, Nosso Senhor dos Passos e Corpus Christis. Contudo, na zona rural, sempre que uma comunidade passava por algum problema grave – como a incidência de peste entre os animais de criação ou período prolongado de seca – era comum realizar procissões para os santos protetores, notadamente São Roque e São Sebastião.

Romaria

Outra tradição da população itajaiense era promover romarias. As duas principais festas que motivavam grande fluxo de romeiros eram as de Senhor Bom Jesus de Iguape e Nossa Senhora de Azambuja. A Festa de Senhor Bom Jesus de Iguape ocorria no litoral de São Paulo, entre os dias 28 de julho e 06 de agosto, no Santuário do Senhor Bom Jesus de Iguape, na cidade de Iguape. A maioria dos romeiros viajava em navios de cabotagem – que faziam a rota Florianópolis/Itajaí/Santos/Rio de Janeiro – porque a viagem por terra era longa e muito demorada devido às condições das estradas antes da construção definitiva da BR-101. Todas as famílias antigas de Itajaí possuem algum parente pousando para fotografia defronte ao Santuário de Iguape. Era uma tradição entre as famílias católicas de renda média a alta.

Já a festa no Santuário de Nossa Senhora de Azambuja ocorria no interior do Município de Brusque, facilitando muito o acesso dos romeiros itajaienses. Ela era promovida na semana do dia 15 de agosto e apresentava várias atrações populares que ia de missa, novenas a festa com as tradicionais barraquinhas. Também no local foi montada uma atração especial e diferenciada: a casa dos ex-votos – onde as pessoas colocavam peças de madeira, geralmente representação de partes do corpo adoentado, motivo do pedido de interferência de Nossa Senhora para se obter uma graça. A primeira capela no local é datada de 1875. No ano de 1905, devido o seu rápido crescimento, foi elevada á categoria de Santuário Diocesano. No ano de 1927 começa a ser construída a gruta, e, logo em seguida a capela de ex-votos. O santuário começa a ser erguido em 1939 com conclusão em 1945. No ano de 1950 começam as obras para a criação do ‘Morro do Rosário’ outra atração muito visitada pelos romeiros itajaienses. Atualmente a principal romaria dos itajaienses é para visitação do Santuário de Santa Paulina, no Município de Nova Trento.

 

Texto: Magru Floriano.

FONTES:

 

1 – D’ÁVILA, Edison; D’ÁVILA, Márcia. Festas e tradições populares de Itajaí. 2.ed. Itajaí: FGML, 2001.

2 – PIAZZA, Walter F. Folclore de Brusque. Brusque: SAB, 1960.

3 – SOARES, Doralécio. Aspectos do folclore catarinense. Florianópolis: ed. autor, 1970.

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