Religião: Dia dos Mortos – Finados.
O Dia dos Mortos, também conhecido como Finados ou Dia de Finados, é uma tradição da Religião Católica. Ocorre sempre no dia 02 de novembro, um dia após ao Dia de Todos os Santos. Basicamente a data serve como referência para as pessoas cultuarem a memória de seus entes mais próximos que já faleceram. É da tradição visitar a sepultura do morto e ali depositar flores e rezar por sua alma. Entre as flores mais utilizadas nos cemitérios de Itajaí encontramos: dália, crisântemo, margarida e lírio branco. Com a ocorrência da doença da Dengue em larga escala, principalmente após 2020, a tradição de colocar vasos com flores naturais começou a dar lugar aos arranjos com flores artificiais. Isso para inibir a proliferação de mosquitos nos vasos com água. Geralmente as famílias providenciam a limpeza e arrumação dos túmulos nos dias que antecedem a Finados, tornando todo o ambiente do Campo Santo mais ajeitado para os visitantes. Lavar o túmulo antes de Finados é quase uma obrigação familiar. Por isso, no conjunto, o Cemitério apresenta, nesta semana, melhores aspectos de higiene e estética do que no decorrer de todo ano. Outra tradição que foi perdendo força entre a população itajaiense foi a de se vestir com trajes pretos para visitar os túmulos. Nos dias atuais também se percebe uma tendência de não acender velas ou diminuir drasticamente sua quantidade.
Apesar de muitas famílias terem mudado a tradição de enterrar seus mortos, preferindo a cremação do corpo, a comunidade de Itajaí mantém diversos cemitérios em suas comunidades.
Os funerais
A tradição local era de lavar o defunto, colocando uma roupa social, como terno e vestido longo. Os mortos eram colocados em caixões de madeira, forrados com panos escuros, forma sextavada. A cerimônia fúnebre era realizada na sala da casa da família, sendo servidos alimentos os mais variados para os visitantes que podiam passar a noite velando o amigo ou parente. Havia sempre uma ‘puxadora de reza’ e o terço era usual. No dia seguinte o corpo era levado até o cemitério em cortejo fúnebre pelas ruas da cidade. Ao ser levado à cova, amigos e parentes jogavam sobre o caixão flores soltas que tinham nas mãos. Uma pessoa mais próxima ao morto podia usar da palavra e o padre dava a benção final. Por último, os obreiros do cemitério jogavam terra sobre o caixão e lacravam a sepultura. Neste momento final, as coroas de flores eram depositadas sobre a lápide. Os caixões de crianças eram nas cores branca, azul ou rosa.
O transporte geralmente era feito por um carro especial da empresa funerária fornecedora do caixão. A calessa mais antiga era um carro-de-mola adaptado, preto, decorado com flores, puxado por dois cavalos. Depois, com o advento do automóvel, a calessa passou a ser um carro adaptado, preto ou azul escuro, com destaque na funilaria para o nome da empresa funerária. Durante a semana ocorria a ‘cobertas d’almas’ que era a distribuição de roupas e outros objetos pessoais do morto para parentes e amigos, e, na sobra, para a comunidade carente em forma de esmola e auxílio.
Cemitérios de Itajaí
O Cemitério da Fazenda é o maior cemitério público do Município. Além do Cemitério Municipal da Fazenda, Itajaí conta com o cemitério municipal de Espinheiros e dois cemitérios particulares – Cemitério Vaticano, antigo Bosque das Palmeiras (ao lado do Cemitério da Fazenda) e Parque dos Crisântemos (na Praia Brava frente com a Rodovia Osvaldo Reis). Diversas comunidades no interior de Itajaí mantêm pequenos cemitérios, geralmente atrás das suas respectivas igrejas católicas. Esses sete cemitérios são administrados pela Mitra Arquidiocesana e os fiéis locais: Itaipava, Quilômetro Doze, Laranjeiras, Campeche, Brilhante I e Brilhante II, Limoeiro.
Texto: Magru Floriano.
FONTES:
1 – D’ÁVILA, Edison; D’ÁVILA, Márcia. Festas e tradições populares de Itajaí. 2.ed. Itajaí: FGML, 2001.
2 – PIAZZA, Walter F. Folclore de Brusque. Brusque: SAB, 1960.
3 – SOARES, Doralécio. Aspectos do folclore catarinense. Florianópolis: ed. autor, 1970.