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Indústria em Itajaí

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A PRIMEIRA INDUSTRIA

Sabemos que Agostinho Alves Ramos instalou na década de 1820 uma olaria em sua propriedade na foz do Ribeirão Conceição, atual Ribeirão Canhanduba, em terras hoje tidas como das localidades de Canhanduba /Carvalho / Ressacada / Werner. Dai surgiu o primeiro polo oleiro de Itajaí, com a implantação de olarias em todas as comunidades na ‘Estrada de Brusque’. Contudo, esses empreendimentos incorporaram pouca tecnologia, podendo ser considerados como pré-industriais ou até mesmo artesanais.

O empresário Crawford Allen Júnior pode ser considerado como o pioneiro da indústria itajaiense por ter instalado na Barra do Rio, no ano de 1869, uma serraria a vapor, para processar e beneficiar madeira visando à exportação. Devido doença grave, Crawford passou sua empresa para Paul Wetten que repassou, já em decadência, seus ativos a Markus Konder [Marcos Konder Sênior]. No ano de 1894 ela respondia pela razão social de Serraria Progresso Catharinense. Seria ela o embrião da afamada Fábrica de Caixas montada na Barra do Rio pelo empresário alemão Godlib Reif. A fábrica produzia caixas para produtos refinados, como é o caso de charutos, sabonetes e perfumes. A maior parte de sua produção atendia o mercado de charutos da Bahia. Ainda na Barra do Rio temos a criação da Fábrica de Papel Itajahy, um empreendimento que também contou com a liderança de Reif e empresários de Blumenau. A Barra do Rio, portanto, deve ser considerado nosso primeiro polo industrial, nosso primeiro distrito industrial. Começou abrigando um galpão de Agostinho Alves Ramos, vendido ao Doutor Blumenau, servindo de apoio para todo o processo de colonização no Vale do Itajaí.

VILA OPERÁRIA – TENTATIVA DE INDUSTRIALIZAÇÃO

Na área da agricultura industrial temos a criação da Usina Adelaide, uma gigante na produção de álcool e açúcar. Ela se instalou no início da Rua Blumenau, transferindo posteriormente seu parque industrial para a localidade de Pedra de Amolar. A Usina Adelaide merece um capítulo a parte na história da industrialização em Itajaí devido sua influência econômica, social e política em toda a região.

Ainda na década de 1920 temos o empreendimento, liderado por José Eugênio Müller, nominado de Vila Operária Presidente Pereira Oliveira. Ali foram instaladas fábricas como: Mecano Têxtil Buddemeyer – fábrica de teares construída por Fritz Bernard Buddemeyer; Fábrica de Tecido Itajahy – da empresa Azevedo & Peterson, depois vendida ao grupo industrial Renaux; fábrica de cigarros – instalada no segundo piso da fábrica de tecido. No entorno da Vila Operária, no início da Rua Silva, estavam instaladas a Fundição Hoffmann e a Fábrica de Móveis Emmendoerfer & Zipf. Itajaí ainda viu surgir inciativas industriais como a Tecita – Tecelagem Itajaí, e, a CCCP – Cia Catarinense de Cimento Portland.

A PESCA INDUSTRIAL

A partir do final da década de 1960 Itajaí viu surgir o polo da indústria pesqueira e da construção naval. O setor da construção naval ganhou ossatura com a instalação de dois grandes estaleiros: Ebrasa – Empresa Brasileira de Construção Naval S/A; Corena – Metalurgia e Construções Navais S/A. Todo o setor cresceu de forma acentuada, graças ao grande incentivo fiscal que o Governo Federal concedeu durante décadas. No ano de 2023 manteve-se no topo do ranking dos portos pesqueiros brasileiros. A pesca em Itajaí chegou a configurar-se como um negócio que movimentou valores próximos de quatro bilhões de reais.  Junto com a pesca veio o desenvolvimento dos estaleiros e empresas especializadas no fornecimento de peças, abastecimento e reparos de embarcações. Uma indústria que se espalhou para o vizinho município de Navegantes fazendo toda a economia regional experimentar grande desenvolvimento econômico e também social.

DISTRITO INDUSTRIAL

Na década de 1970 Itajaí ganha seu Primeiro Distrito Industrial aproveitando área desocupada pelo Aeroporto de Itajaí que passou para Navegantes. O Município ainda tenta firmar-se no setor industrial criando mais dois distritos industriais, com o distrito de Cordeiros recebendo a empresa Trombini, mas mesmo assim a tradição no setor de serviços continuou sendo preponderante na caracterização da identidade da cidade.

TEXTO: Magru Floriano. Itajaipedia.

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