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Carnaval de rua

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No início era realizado em Itajaí o tradicional ‘entrudo’ – com os participantes da festa popular jogando água, ovos, farinha, lama …. uns nos outros. Acompanhando uma tendência nacional – devido forte repressão policial – ainda no século XIX o entrudo foi sendo gradualmente substituído pelo carnaval – uma modalidade mais ordeira. Itajaí, também passou por esta transformação de forma rápida. Por volta de 1893 temos as primeiras notícias sobre a confecção de carros alegóricos por Joaquim Uriarte, Edmundo Cunha, João Fonseca e Francisco Seára. Logo em seguida, Joca Brandão e Henrique Fontes produziram carros críticos, fazendo o tema político desfilar pelas ruas de Itajaí no carnaval. Surgiram nesse período as agremiações Sociedade Carnavalesca Estrela do Oriente e Sociedade Carnavalesca Guarany (1897). Elas sobreviveram até a Revolução de Trinta, quando manifestações populares críticas ao governo foram sendo proibidas e reprimidas em muitos casos, com os desfiles entrando em franco declínio.

O carnaval de rua voltou com força apenas em 1965, quando surgiu a Escola de Samba Porta do Vale, comandada pelo mestre Zamba, um estivador que abriu espaço no carnaval para membros das classes menos abastadas da cidade. Contudo, esse tipo de manifestação popular só recebeu apoio do poder público de forma efetiva a partir de 1974. Daí para a frente surgiram blocos e escolas como: Brinca quem pode, Escola de Samba Unidos do São João, A Charanga, Tranca do Vale, Macunaíma, Unidos da Avenida, Goiaba Mecânica, Navegante Negro, Refestança … No ano de 1979 surge a Escola de Samba Unidos do São Vicente [durou apenas este carnaval] e o Clube do Mickey – que desfilou por uma década. Inicialmente só desfilava criança, mas, no terceiro ano em diante o Clube também passou a aceitar a participação de foliões adultos.

O apogeu do carnaval de rua de Itajaí ocorreu na década de 1980. Surgiram os blocos: Mocidade Independente da Vila, Unidos de Loca, Kaigangs; e, a Escola de Samba da Fazenda. Estima-se que neste período o carnaval de Itajaí, em seus diversos espaços, era composto por cerca de cinquenta blocos e escolas. Alguns blocos eram estruturados a partir de famílias e suas vizinhanças e focavam mais nos carnavais promovidos em salões fechados das sociedades recreativas, como: Guarani, Vila, Fazenda, Tiradentes e Grêmio.

Após um período de decadência há uma tentativa frustrada de retomada da atividade carnavalesca da cidade com a criação, em 1997, da Escola de Samba Vai, Vai, Vitória. Contudo, ela durou apenas três anos, não obstante o forte patrocínio da Rede de Supermercados Vitória do polêmico empresário Cídio Sandri.

No ano de 2001 o bloco Unidos de Loca volta aos desfiles remodelado e ampliado, formando a Escola de Samba Unidos de Loca. Essa ampliação foi possível porque o Loca anexou carnavalesco de outros blocos e escolas extintos. No ano de 2002 surge a Escola de Samba Império dos Portuários e o bloco Acadêmicos do Beco.

TEXTO: Magru Floriano.

FONTE: VECHI, Sicília. O carnaval do Povo: blocos carnavalesco e escolas de samba (Itajaí – 1980/2003). IN: Anuário de Itajaí 2003. Itajaí: FGML, 2003. Paginas 41-47.

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