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Desenvolvimento urbano de Itajaí

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O Município de Itajaí, ao longo da sua história, apresentou diversos ciclos de desenvolvimento que fizeram com que sua área urbana sofresse contínuo processo de expansão. Nos dias atuais, 2025, a cidade cresce para todos os lados e para cima, com o setor da construção civil evidenciando tendência de verticalização da cidade. Estima-se que Itajaí receba cerca de dez mil novos moradores por ano, pressionando os setores de construção de novas moradias populares e aluguel. Enquanto áreas ao norte e oeste são ocupadas por moradias populares e empresas de logística que operam no Porto – utilizando até áreas tradicionalmente agrícolas, como são os casos de Itaipava, Canhanduba e São Roque; no litoral e sul, vemos um processo de verticalização e supervalorização imobiliária, com o metro quadrado da construção sendo comparado aos valores cobrados nas grandes capitais do país, como Rio e São Paulo.

Litoral em destaque

O Município de Itajaí está sendo beneficiado por um fenômeno que atinge todos os municípios do litoral catarinense indistintamente. Nos últimos anos as famílias que moram em cidades do interior começaram a criar a cultura de manter casa de praia e de frequentar com regularidade as áreas litorâneas, acentuando suas práticas de lazer. Auxiliou nesse processo o alto desenvolvimento econômico nacional e a melhoria de infraestrutura de aeroportos e rodovias – um exemplo é a duplicação da BR-101 -, o aumento do endividamento familiar para fins de aquisição de carro, novas tecnologias e lazer – modelo copiado do comportamento do consumidor norte-americano acentuado a partir da pandemia da Covid no ano de 2019; o envelhecimento da população. Cidades como Navegantes, Itajaí, Penha, Piçarras, Itapema, tiveram o metro quadrado construído extremamente valorizado, atraindo grandes investidores do setor da construção civil.

Índices nacionais

Diante de tanto interesse do consumidor a construção civil não parou de crescer desde a década de 1980, quando ocorreu a primeira grande corrida de turistas e compradores para a região, notadamente Balneário Camboriú. Para se ter uma noção desse movimento na construção civil, podemos utilizar dados das secretarias de planejamento de cidades como Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes nos últimos anos. Entre 2021 e o primeiro trimestre de 2025 o Município de Itajaí autorizou a construção de 4,14 milhões de metros quadrados; Balneário Camboriú cerca de 2,55 milhões de metros quadrados; Navegantes cerca de 1,38 milhões de metros quadrados. Itajaí continua sendo o principal polo de expansão, não obstante Balneário Camboriú ter mais visibilidade junto à mídia nacional. Colabora para a expansão da construção civil em Itajaí o fato do seu território ser quase que completamente plano, adentrando o Vale do Itajaí sem grandes obstáculos naturais; divisa litorânea com Balneário Camboriú, possibilitando a valorização extraordinária das terras ao sudeste, notadamente Fazenda, Praia Brava e Ariribá; localização estratégica na logística catarinense – com rodovias, aeroporto e terminais portuários.

Metrópole

O binário da Rodovia Osvaldo Reis e a ponte projetada para substituir o sistema de ferry-boat na travessia do Rio Itajaí, possibilitam a consolidação do projeto metropolitano envolvendo Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú.  Enquanto a ligação entre Balneário Camboriú e Itapema tem vários obstáculos (morros e BR-101), a ligação entre Itajaí e Balneário é facilitada através da abertura de uma rua paralela à Rodovia Osvaldo Reis, atingindo ruas já existentes nas localidades Fazenda, Fazendinha e Ariribá. A obra requer investimentos que chegam a quase vinte milhões de reais, advindos de financiamento internacional junto ao Banco Flonpata. Ela iniciou na Rua Joel José Ferreira, em 2013, devendo percorrer cinco quilômetros, sendo dois quilômetros de adaptações e reurbanização de vias já existentes, mais três quilômetros de abertura de uma nova via. Esta nova via contará com quatro faixas de rolamento, sendo uma exclusiva para transporte coletivo. Terá também ciclovia, bolsões de estacionamento e paisagismo que transformam todo o local em área para prática de lazer, como é o caso da caminhada.

No outro extremo, a ponte sobre o Rio Itajaí ligando os centros urbanos de Itajaí e Navegantes está cada vez mais ocupando o imaginário coletivo das populações locais, pressionando o cenário político regional. Com o binário da Osvaldo Reis e a ponte sobre o Rio Itajaí, estará consolidada a Região Metropolitana de Itajaí ou a Grande Itajaí. Outra obra projetada com impacto no meio urbano da região é a ligação entre a Praia Brava e a BR-101. Essa ligação já existiu no tempo colonial e, agora, volta a ocupar as planilhas dos engenheiros e arquitetos das prefeituras de Itajaí e Balneário Camboriú.

Modelos

O litoral de Itajaí está experimentando intenso esforço de verticalização devido à facilidade de comercialização das unidades construídas em alto padrão. Praia Brava e Cabeçudas podem servir de referência nessa corrida desenfreada pela construção de novas unidades de luxo. A Praia Brava vive duas realidades distintas. A primeira é a zona sul, onde o modelo é praticamente aquele que vemos em outros municípios da região, como Balneário Camboriú e Itapema. A altura e a quantidade de edifícios dominam a paisagem; a segunda, é a zona norte, onde o Plano Diretor estabelece um índice expressivo de restrições às construções de altura acentuada, marcando a linha da praia com sombra. O marco divisor dos modelos é a Lagoa do Cassino. No lado sul temos grandes condomínios de luxo; no lado norte, temos áreas ainda preservas, incluindo o novo Parque Municipal abrangendo os morros do Farol e Morcego. Outro ponto de referência sobre restrições e modelos a serem adotados na construção civil, é o Balneário Cabeçudas. A primeira quadra se manteve ao longo de décadas praticamente sem receber grandes edifícios. Dois edifícios foram construídos na primeira quadra de frente para o mar até 2024. Um terceiro deve ser concluído em 2025. É o Sailor’s Bay, da construtora ABF/Vaccaro.  Contudo, o Plano Diretor da região foi modificado em 2024 e novos edifícios não são mais permitidos, sendo liberada a construção daqueles projetos já registrados junto à Prefeitura e que iniciem as obras até 2027. Agora, na primeira quadra de Cabeçudas será possível construir apenas unidades de até três andares, pondo uma limitação ao setor da construção civil e recusando o modelo de ocupação estabelecido em Balneário Camboriú.

TEXTO: Magru Floriano.

FONTE: Diário do Litoral – edição especial ‘Construção Civil’ – abril/2025.

 

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