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Dicionário da pesca da tainha – B

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BABUJA [Barrigueira] – Local das vísceras, tripas, do peixe.

BAFUJA – Tempo de pouco vento ou vento muito fraco.

BAGRINHO – Referência a tudo que é pequeno, menor, sem destaque. Pouca importância, pouca quantidade.

BAIXAMAR – Momento da vazante da água do mar fazendo aparecer maior extensão da faixa de areia.

BAIXIO – Local muito baixo no mar ou praia. Crôa, coroa de areia, banco de areia.

BALAIA – Pequeno balaio sem alça utilizado para depósito de frutas, verduras, apetrechos de pesca e peixe.

BALAIO – Cesto feito de fibras de bambu, cipó, piri ou outro vegetal encontrado na região em que é fabricado. Tem duas pequenas alças em suas laterais de forma a possibilitar o transporte de produtos por uma dupla de pescadores.

BALEEIRA – Embarcação feita de tábua de madeira utilizada na pesca da baleia e, depois, utilizada na pesca em geral. Embarcação movida pela ação sincronizada de dois a quatro remeiros. Tem o fundo raso, proa e popa secas. Tem proa e popa em forma de pirâmide [bico], com o centro bojudo. Suas laterais são altas e atualmente é movida a motor central.

BANCA – Local da venda do pescado.

BANDOLEIRO – Diz-se do barco que costuma balançar em demasia. Bambeia, soçobra, chacoalha [chaqualha].

BARAÇO – Pedaço de cipó utilizado para confeccionar balaio, balaia, samburá e armadilhas de pesca.

BARCO DE PESCA – Designação de praticamente todas as embarcações envolvidas com a pesca industrial. São embarcações com estrutura maior que suportam a pesca longa em alto mar. São confeccionadas de madeira [principalmente ipê] ou chapa de ferro. Equipadas com motor possante de centro, guindastes e todas as tecnologias modernas, como radar e sonar.

BARLAVENTO – Lado do barco de onde sopra o vento.

BATE-BATE – Estratégia da pesca artesanal. Quando o cardume está cercado os pescadores batem forte com o remo na superfície da água para o peixe malhar. As pescarias de “caça de malha” de largo [mar aberto] e de costão utilizam o bate-bate.

BATELÃO – Canoa com no máximo cinco metros de comprimento. Muitas pessoas estranham o nome entendendo que deveria ser chamada de “canoinha”. O nome é aumentativo de “batela”, uma pequena gamela de madeira, redonda, que tem a mesma utilidade do alguidar de argila.

BATERA [bateira] – Embarcação de pequeno porte confeccionada artesanalmente com tábuas de madeira planada. Tem o fundo reto, achatado. Tem bico na proa e prancha na popa. A batera de maior porte tem estrutura à base de cavernas.

BEQUE – Ponta protuberante existente na proa da canoa. Alguns intitulam de alto-beque esta protuberância dianteira da canoa.

BETA – Cordas localizadas nas duas extremidades da rede. A primeira fica em mãos da camaradagem que está na praia enquanto os embarcados jogam a rede n´água. A segunda é lançada para a praia, tendo na ponta o calão, quando se termina de colocar a rede n´água. Essas duas cordas servem para a camaradagem iniciar o trabalho de puxar a rede para a praia.

BIABA [piava, piaba] – Designação genérica de filhotes de peixe.

BOEIRA – Pequena perfuração no fundo da canoa utilizada para tirar água do seu interior quando está no seco da praia.

BOIA-DE-VIGIA – Toda boia utilizada para sinalizar o início e o final de uma rede de espera que está lançada no mar.

BOJO – O corpo interno da canoa.

BOLA DE PEIXE – Grande quantidade de peixe da mesma espécie avistada no mar. Manta, cardume, magote.

BOMBINHAS – Antigo bairro de Porto Belo, atual município que abriga as praias de Bombas, Bombinhas, Lagoinha, Sepultura, Ingleses, Quatro Ilhas, Mariscal, Conceição, Praia da Tainha. É o município da Região da Grande Itajaí que mantém mais viva a tradição da pesca da tainha na praia.

BORDADURA – Peça de madeira fixada para servir de complemento à borda da canoa. A bordadura é colocada na canoa, enquanto o Talabordão é esculpido no mesmo pau da canoa formando um conjunto de peça única. Borda falsa.

BOTE – Embarcação de pesca que possui praticamente a mesma estrutura da batera, apresentando apenas como diferencial a sua lateral mais alta e o uso da palamenta. Atualmente os botes utilizam motor central.

BOTEAR – É o ato da tainha colocar a cabeça e o dorso para fora d´água quando está nadando. Os pescadores relacionam essa característica da tainha com o nado do boto. Então dizem que a tainha boteou.

BOTO BOM – Termo utilizado pelos pescadores de Laguna para indicar os botos que cooperam com eles na pesca da tainha.

BOTO RUIM – Termo utilizado pelos pescadores de Laguna para indicar os botos que não cooperam com eles na pesca da tainha.

BRAÇA – Medida utilizada para conhecer o comprimento de redes de pesca contendo aproximadamente dez palmos equivalentes a 2,2 metros.

BRAÇA DE RODA – Medida utilizada para conhecer o comprimento da tarrafa.

BUCHEIRO – Equipamento utilizado pelos pescadores embarcados para fisgar e puxar peixes de grande porte para dentro do barco. Geralmente o bucheiro é composto por um cabo alongado de madeira ou metal, com uma fisga em forma de “u” na ponta.

BUNDINHA – Parte final de trás da agulha de fazer rede contendo uma entrada oval para receber certa quantidade de linha.

FONTE: FLORIANO, Magru. Tainha – a tradição da pesca da tainha no litoral de Santa Catarina. Itajaí: Brisa Utópica, 2016.

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