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Estrada antiga para Brusque

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A Prefeitura de Itajaí anunciou, no início de abril de 2025, obras de reforma na Ponte Pênsil Vendraminio Lázaro Werner, na rua Erna Hoier Correa, sobre o Rio Canhanduba (o histórico Ribeirão Conceição). Ouvindo a notícia resolvi ir até o local e tirar algumas fotos da ponte antes de sua total remodelação para guardar nos arquivos históricos de Itajaí. Andando pela rua Erna Hoier Correa percebi que ali ainda existiam muitas casas de madeira e a primeira delas ostentava o número 5.362. Na hora me veio a dúvida de como era possível uma rua tão pequena ter casas com uma numeração tão alta. Perguntei a um morador do local que disse ser essa numeração remanescente do tempo mais antigo quando a rua era continuação da Estrada Geral de Brusque, antes de ser cortada pela Avenida Vereador Abrahão João Francisco, a popular Contorno Sul.

Os imigrantes que vinham colonizar o Vale do Itajaí-Mirim desembarcavam no Porto de Itajaí. De Itajaí seguiam por dois caminhos para a Colônia Itajaí (depois Brusque). O primeiro, saía do centro pela já intitulada Estrada de Brusque (atual rua Brusque / José Gall); o segundo, do galpão da Barra do Rio (onde atualmente temos a balsa de travessia do Rio Itajaí) pela Estrada dos Alemães / Rua do Jacaré / Rua do Rio Pequeno (atual rua José Pereira Liberato). Esses dois caminhos antigos se encontravam mais a frente (atual rótula do Clube Itamirim) formando caminho único em direção à Brusque sem qualquer obstáculo. Acontece que a região sofreu grandes transformações com obras de infraestrutura viária (BR-101, Contorno Sul, Rodovia Antonio Heil) fazendo com que o traçado mudasse por completo. Assim, a Rua José Gall teve seu traçado finalizado ao encontrar a Contorno Sul. Uma parte foi incorporada pela própria Contorno Sul e, o restante, até a BR-101 ficou com o nome de Rua Erna Hoier Correa, enquanto a parte no outro lado da via federal ficou com o nome de Estrada Geral da Itaipava (atual Avenida Itaipava). Para melhor visualizar, é só pensar que a grande curva entre a Rua José Gall e a Rua Erna Hoier Correa foi suprimida pela Contorno Sul. Todo esse trajeto foi necessário para se encontrar um ponto mais fácil dos imigrantes fazerem a travessa do Rio Itajaí-Mirim. Ali, onde atualmente temos a ponte pênsil, já tivemos diversas pontes de madeira. Uma delas, inclusive, foi derrubada durante a Revolução Federalista; outra, durante uma grande enchente. O local foi escolhido para a travessia do rio porque era um ponto bem mais curto, com águas mais tranquilas, sem muita correnteza, já que o Ribeirão Conceição era domado ao fazer longas curvas no seu trajeto anterior.

Texto: Magru Floriano.

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