População: imigrantes e migrantes

Itajaí apresenta forte influência alemã na sua arquitetura
Principalmente a partir do ano de 2000 o Estado de Santa Catarina tornou-se destino preferencial de brasileiros e estrangeiros em busca de novas oportunidades no mercado de trabalho e condições mais favoráveis no setor de lazer e segurança pública. O Censo IBGE 2022 destaca Santa Catarina nessa movimentação populacional no período de 2017 a 2022.
Imigração
O Brasil recebeu nesse período mais de um milhão de imigrantes, superando os números recordes da década de 1960. Esse crescimento deve-se sobretudo à crise política na Venezuela, bem como a crise econômica na Argentina e a crise humanitária no Haiti. Os municípios que compõem a AMFRI – Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí – receberam cerca de seis estrangeiros, perfazendo 0,7% de sua população. O Município de Itajaí tem 0,87% de sua população formada por estrangeiros, num total de 1.409 habitantes. A maioria veio da Venezuela (465) e Haiti (405), mas tem imigrantes oriundos de EUA, Itália, Portugal, Argentina, Peru, Paraguai, Uruguai e Chile.
O fenômeno da imigração sempre ocorreu em Itajaí e os imigrantes estão diretamente vinculados ao grande desenvolvimento do Município. Ocorre que durante o processo de colonização das terras banhadas pelas bacias dos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim as companhias colonizadoras utilizavam o porto de Itajaí como porta de entrada para as colônias de Brusque, Luis Alves, Ilhota, Blumenau. Sempre que chegava uma leva de imigrantes um número reduzido deles acabava se encantando com o lugar, ficando em Itajaí. Por isso, apesar da população inicial de Itajaí ser majoritariamente de origem portuguesa/açoriana, muitos alemães, belgas, poloneses, franceses, italianos … constituíram famílias em Itajaí, auxiliando nas atividades de comércio, serviço e indústria.
Migração
Historicamente a população de Itajaí foi formada por fluxos migratórios sazonais, como o ocorrido durante a diáspora acontecida no litoral catarinense quando a invasão espanhola à Ilha de Santa Catarina no ano de 1777. Por isso é muito encontrar entre as famílias mais antigas de Itajaí membros oriundos de são José, Tijucas, Biguaçu e Porto Belo. Do lado Norte vieram os migrantes com o fim do ciclo da caça à baleia na Armação de Itapocoroy e Penha.
Nos últimos anos o perfil do migrante que chega à Itajaí tem se modificado de forma radical. Até bem pouco tempo atrás o forte da migração dava-se por movimentação da população dos estados vizinhos: Rio Grande do Sul e Paraná. Não obstante o Rio Grande do Sul ainda ser a principal origem dos nossos migrantes, cada vez mais paulistas estão buscando Santa Catarina como local de moradia, atraídos por melhores condições de trabalho e qualidade de vida (lazer, segurança e serviços públicos). Também, a forte presença no mercado de trabalho do setor de construção civil tem atraído migrantes do Norte e Nordeste, fazendo Santa Catarina superar São Paulo como polo do setor migratório brasileiro.
TEXTO: Magru Floriano
FONTE: Diarinho do Litoral – edição de 01 de julho de 2025.