Previsão de tempo popular 2
O escritor Isaque de Borba Corrêa anotou as seguintes maneiras de prever o tempo pelos pescadores nas praias da região de Itajaí e Balneário Camboriú:
A neblina quando levanta, leva a água junto.
Ao sueste clareou, vento de lá soprou.
Baleias no canal, terás temporal.
Barcos virão, novas trarão.
Barra roxa em sol nascente, água em três dias não mente.
Céu pedrento chuva ou vento.
Céu rosado ao sol nascendo, traz forte chuva ao sol morrendo.
Céu rosado ao entardecer, traz forte seca no suceder.
Chuva de São João, tira vinho e não dá pão.
Chuva depois do vento, fecha tudo e bota dentro.
Depois da serração baixa, vem sol que racha.
Em abril águas mil.
Em abril, carrega a velha o carro e o carril.
Em outubro manda o boi para o palheiro e o barco para o muro.
Em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota.
Gaivotas em terra, tempestade no mar.
Gato lambendo a cara é sinal de bom tempo.
Lua cheia quando sai, come a chuva.
Lua com círculo, traz água no bico.
Lua deitada, marinheiro em pé.
Lua em pé, marinheiro deitado.
Lua nova trovejada, trinta dias é molhada.
Março, marcegão, noite de inverno, e dia de verão.
Não se fie em céu estrelado.
Neblina na serra, chuva na terra.
Névoa alta, água em baixa.
Nordeste duro, pampeiro seguro.
Por mais sol que faça, não deixes a capa.
Quando a cabra espirra, é sinal de chuva.
Quando chove na primeira terça-feira, o resto dos dias será chuvoso…
Quem semeia vento, colhe tempestade.
Sal melado, chuva no telhado.
Sol e chuva, casamento de viúva.
Trovoada do norte e pouco mas é forte”
FONTES:
1 – CORREA, Isaque de Borba. Pirão com milongas.
2 – FLORIANO, Magru. Tainha – a tradição da pesca da tainha no litoral de Santa Catarina. Itajaí: Brisa Utópica, 2016.