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Quem fundou Itajaí?

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QUEM É O FUNDADOR DE ITAJAÍ? QUANDO FOI FUNDADA ITAJAÍ?

Até os dias atuais [2024] não temos oficializado um nome responsável pela fundação de Itajaí. Os historiadores e memorialistas especializados em História de Itajaí divergem sobre o tema e não encontram uma solução de consenso. Por outro lado, a Prefeitura estabelece o dia 15 de junho de 1860 como o Dia do Município. A data indica a instalação do Município de Itajaí quando emancipado politicamente de Porto Belo. Portanto, Itajaí não tem, pelo menos oficialmente, um fundador. Contudo, os nomes mais lembrados para receber tal destaque são: João Dias Arzão, Antônio de Menezes Vasconcellos de Drummond, Agostinho Alves Ramos, grupo pioneiro – 21 moradores que assinaram a primeira petição ao bispo do Rio de Janeiro a 05 de janeiro de 1824.

As principais teses defendidas sobre a fundação de Itajaí são:

TESE 1– DRUMMOND É O FUNDADOR DE ITAJAÍ

 MARCOS KONDER é o primeiro estudioso a colocar sobre a mesa o desafio de dotar Itajaí com o nome de um fundador e uma data de fundação. O primeiro texto publicado é o seu discurso, intitulado ‘A pequena pátria’, proferido no dia 12 de outubro de 1920, alusivo à passagem do centenário de fundação de Itajaí – segundo sua versão. Este discurso é publicado em 1923. Em 1927, publica ‘O Municipio de Itajahy – physico, econômico, administrativo, historico’ consolidando sua tese de que o fundador de Itajaí é Antônio de Meneses Vasconcelos de Drummond.

MAX TAVARES D’AMARAL – No livro ‘Contribuição à história da colonização alemã no Vale do Itajaí’, publicado em 1950, aceita a tese de Marcos Konder.

ARNALDO BRANDÃO – Escreve seu primeiro artigo sobre o tema no ano de 1959, com publicação simultânea no Jornal do Povo e na revista Blumenau em Cadernos.

GIL THEODORO MIRANDA – No ano de 1971 publica no Jornal do Povo o texto intitulado ‘Documento para a história de Itajaí’.

ABDON FÓES – Após ler texto de autoria de Gil Miranda, 1971, o jornalista Abdon Fóes escreve texto apoiando a tese defendida por Marcos Konder.

PAULO BORNHAUSEN – Alinha-se à tese da fundação por Drummond alegando já existir em Itajaí uma tradição consolidada desde 1920 quando o superintendente Marcos Konder comemorou o centenário da fundação de Itajai.

LÍBERO OSWALDO DE MIRANDA – Publica no Jornal do Povo, em 1971, artigo se alinhando à tese inicial de fundação apresentada por Marcos Konder.

IVAN CARLOS SERPA – O historiador publica o texto ‘Um jovem diplomata e a colônia que deu certo’, em 2004, no livro de Luiz Saulo Adami e Tina Rosa intitulado ‘História secreta do Arrayal dos Cunhas’. Ali tenta comprovar que muitas famílias atualmente residentes na região são remanescentes do empreendimento liderado por Drummond.

TESE 2 – DRUMMOND É O FUNDADOR DE ITAJAÍ E AGOSTINHO ALVES RAMOS É O COLONIZADOR

MARCOS KONDER – Cansado do debate prolongado com José Ferreira da Silva e seus aliados Marcos Konder resolve defender uma tese intermediária, conciliatória. Em artigo que assina no Jornal do Povo, em 1958, propôs que Drummond fosse considerado o fundador de Itajaí e Agostinho Alves Ramos seu colonizador. Mantém a data de 12 de outubro de 1820 como a data oficial de fundação de Itajaí.

CLÁUDIO BERSI DE SOUZA – O memorialista publica, em 2015, o livro ‘2020 – Itajaí, 200 anos’, onde reaproveita a segunda tese de Marcos Konder – considerando que Drummond foi o fundador e Agostinho o colonizador – mas adota o da 05 de fevereiro de 1820 como a data da fundação de Itajaí. Nesta data Drummond recebeu oficialmente do Ministro Vilanova Portugal a incumbência de empreender no Vale do Itajaí.

TESE 3 – ITAJAÍ NÃO TEM FUNDADOR E FUNDAÇÃO

JOSÉ FERREIRA DA SILVA – O historiador entra na polêmica sobre a fundação de Itajaí em 1931 quando inicia suas pesquisas sobre o processo de colonização do Vale do Itajaí visando resgatar a história de Blumenau. Após dois textos contraditórios publicados na imprensa de Blumenau, José Ferreira passa rapidamente a se contrapor à tese defendida por Marcos Konder creditando a Drummond o feito da fundação de Itajaí. O texto que inicia o enfrentamento direto com Marcos Konder foi publicado no jornal ‘A Cidade de Blumenau’ e só recebeu resposta de Marcos Konder no ano de 1956, através do jornal ‘O Libertador’. Nesse primeiro momento José Ferreira se preocupou em encontrar documentos que comprovavam que as terras do Baixo Vale do Itajaí já estavam completamente ocupadas quando da chegada de Drummond. Implicitamente defendia a tese de que não havia como indicar um fundador para Itajaí já que o processo civilizatório branco foi ocorrendo de forma espontânea aos longos dos séculos a partir de João Dias de Arzão em 1658.

SILVEIRA JÚNIOR – O escritor entra no debate no ano de 1959 escrevendo artigo para o Jornal do Povo. Nele, defende que Itajaí surgiu por ‘adensamento’ de pescadores, pequenos sitiantes e adventícios. Aos poucos a cidade foi se formando sem que tivesse ocorrido um ato pioneiro intencional de criar uma colônia, como ocorreu em Blumenau, Ilhota e Brusque.

ARNALDO BRANDÃO – Após estudar mais a fundo o tema, toma posição na polêmica da fundação, em 1971, defendendo a tese inédita de que não podemos atribuir a nenhum branco o ato fundacional de Itajaí porque, há milhares de anos, já viviam na região os silvícolas e, muito antes de Drummond e Agostinho já havia grande quantidade de moradores no Baixo Vale do Itajaí.

GUSTAVO KONDER – Em artigo escrito simultaneamente na revista Cadernos de Blumenau e no Jornal do Povo se alinha ao pensamento de que a região foi gradativamente sendo ocupada pelos homens brancos, expulsando os nativos.

TESE 4 – AGOSTINHO ALVES RAMOS É O FUNDADOR DE ITAJAÍ

JOSÉ FERREIRA DA SILVA – Em artigo publicado na revista Blumenau em Cadernos, no ano de 1958, o historiador apresenta novos documentos sobre a colonização do Vale do Itajaí e defende a tese de que Agostinho Alves Ramos deve ser considerado o fundador de Itajaí. A tese é reforçada em diversos artigos publicados na imprensa regional e no opúsculo intitulado ‘A fundação e o fundador’, datado de 1960.

NEMÉSIO HEUSI – Utilizado dados coletados por José Boiteux, Lucas Boiteux, Oswaldo Rodrigues Cabral e José Ferreira da Silva, o escritor entra na polêmica através do periódico Revista do Sul, no ano de 1958. Defende a ideia de que se comete uma grande injustiça com Agostinho Alves Ramos considerando Drummond fundador de Itajaí. Advoga a tese de que a data da fundação de Itajaí deve ser 31 de março de 1824, quando da criação do curato e nomeação do capelão Pedro Agote.

SILVEIRA JUNIOR – Após ler o opúsculo de José Ferreira da Silva intitulado ‘A fundação e o fundador’, 1960, o escritor Silveira Júnior muda de opinião sobre o tema e passa a defender a tese de José Ferreira da Silva de que Agostinho Alves Ramos foi o grande protagonista da formação de uma comunidade na foz do Rio Itajaí.

ABDON FÓES – Publica artigo no Jornal do Povo com o sugestivo título ‘Quem foi o verdadeiro fundador de Itajaí?’. O texto se reporta ao opúsculo publicado por José Ferreira da Silva e evidencia a tendência de Abdon de aceitar Agostinho Alves Ramos como fundador de Itajaí.

AFONSO LUIZ DA SILVA – Publica, no ano de 1971, o livro ‘Itajaí de ontem e de hoje’ onde se alinha ao pensamento de José Ferreira da Silva sobre a fundação de Itajaí.

EDISON D’ÁVILA – Publica, em 1982, a primeira edição do livro ‘Pequena história de Itajaí’ onde dá destaque ao nome de Agostinho Alves Ramos como protagonista da fundação de Itajaí. Em artigo posterior, datado de 1993, deixa entrever que aceita a tese de Marcos Konder de considerar Drummond como fundador e Agostinho Alves Ramos como colonizador. Aponta a data de 31 de março de 1824, oportunidade da criação do Curato do Santíssimo Sacramento do Rio de Itajaí como a de fundação da cidade de Itajaí.

FUNDAÇÃO GENÉSIO MIRANDA LINS – A equipe de historiadores e técnicos da Fundação Genésio Miranda Lins publica, em 2002, o livro ‘Itajaí – outras histórias’ onde defende a tese da fundação de Itajaí por Agostinho Alves Ramos. TESE – JOÃO DIAS DE ARZÃO É O FUNDADOR DE ITAJAÍ ARY GARCIA – Publica artigo descontraído no Jornal do Povo, em 1979, defendendo que o certo seria declarar o faiscador de ouro João Dias de Arzão como fundador de Itajaí por ser o primeiro homem branco a requerer terras no Baixo Vale do Itajaí.

TESE 5 – A FUNDAÇÃO DE ITAJAÍ É UM ATO COLETIVO

MAGRU FLORINO – O escritor publica na internet o artigo ‘Breve reflexão sobre a busca do ato fundacional da comunidade de Itajaí’, em 2016, onde defende a tese de que Itajaí teve seu ato de fundação no dia 05 de janeiro de 1824, oportunidade em que vinte e um moradores do Baixo Vale do Itajaí assinaram petição ao Bispo do Rio de Janeiro solicitando a criação do curato. Seria este o primeiro ato coletivo dos moradores locais que, até então, viviam dispersos pelas terras banhadas pelo Rio Itajaí.

 

Observações: 1 – Texto de autoria de Magru Floriano publicado no ‘Anuário de Itajaí para o ano de 2020’ – páginas 89 a 93. 2 – Texto modificado em 08 de agosto de 2023

 

 

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