× Você já atingiu o máximo de 3 cópias por dia.

Copie com moderação!
× Você pode copiar apenas 3 trechos por dia.
Lembre de citar a fonte ao usar o conteúdo da Itajaipedia.

itajaipedia.com.br

Religião: procissão de Corpus Christi

Compartilhar        

O padroeiro de Itajaí é o Santíssimo Sacramento, por escolha do casal José Coelho da Rocha e sua esposa – doadores do terreno onde foi construída a primeira capela de Itajaí (atual Praça Vidal Ramos) ainda por volta de 1824. Como o influente comerciante Agostinho Alves Ramos e sua esposa eram devotos de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Itajaí sempre cultuou essas duas entidades místicas com cultos religiosos, festas e procissões.

O culto ao Santíssimo Sacramento remonta ao século XIII quando o Papa Urbano V recomendou que a data fosse devidamente comemorada pelas comunidades católicas. Missas, novenas, quermesses, festa com barraquinhas e prendas … tudo culminava com uma grande procissão. No início essas procissões tinham o caminho ornados com flores, pétalas e enfeites naturais, enquanto as casas à beira da estrada, recebiam nas janelas e sacadas colchas, toalhas e tapetes contendo imagens sacras. Nos anos de 1940, o Porto de Itajaí começa a se transformar em grande exportador de madeira, com o Município abrigando inúmeros depósitos de madeira, serralherias e beneficiadoras de madeira em geral. Com a sobra do beneficiamento da madeira (cepilho e pó de serra) começaram a surgir os tapetes feitos desses materiais que recebiam tinturas especiais. Para melhorar a decoração também eram utilizados outros materiais reciclados como é o caso da tampinha de cerveja e refrigerantes, as conhecidas champinhas.  A decoração da festa foi mudando de acordo com os materiais disponíveis em cada época, assim como o trajeto da procissão também foi mudando visando causar menos transtornos ao trânsito da cidade. Geralmente os proprietários dos imóveis frontais ao trecho da rua onde passava a procissão eram os responsáveis diretos pela confecção do tapete. Na parte do trajeto contendo cruzamentos e praças eram feitos mutirões de fiéis, aproveitando material disponibilizado pelos vizinhos mais próximos.

Muita diversão

A festa começava para valer sempre depois das missas noturnas. No pátio ao lado da Igreja Matriz e por toda a praça eram instaladas barraquinhas com pinhão e quentão, cerveja e refrigerantes; jogos de parquinho de diversão: tiro-ao-alvo, roleta, argola, pescaria.  Também eram promovidos bingos. Era uma oportunidade para namorar, e, por isso, uma das atrações da festa era o serviço de alto-falante que anunciava recados amorosos vagos e muitas vezes engraçados. Era a oportunidade de se fazer a vez de ‘Cupido’, pagando por um anúncio em nome de um amigo que sabidamente estava enamorado de uma jovem, mas não tinha coragem de se declarar diretamente a ela.

Texto: Magru Floriano.

FONTES:

1 – D’ÁVILA, Edison; D’ÁVILA, Márcia. Festas e tradições populares de Itajaí. 2.ed. Itajaí: FGML, 2001.

2 – PIAZZA, Walter F. Folclore de Brusque. Brusque: SAB, 1960.

3 – SOARES, Doralécio. Aspectos do folclore catarinense. Florianópolis: ed. autor, 1970.

Compartilhar