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Bairro São João

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A localidade conhecida como bairro São João abrange terras conhecidas inicialmente como Baixada do Jacaré ou Banhado do Jacaré e Coloninha. Faz divisa com Centro, Imaruí, Barra do Rio, São Vicente, São Judas e Vila Operária.

Baixada do Jacaré

A Baixada do Jacaré era a área próxima às margens do Rio Itajaí-Mirim até o centro do atual bairro São João. O nome Baixada do Jacaré deve-se à constatação de que, no início do processo de colonização e urbanização, era comum encontrar esses animais às margens dos rios e ribeirões de toda a região.

Ida Rampelotti Bacca, moradora da localidade da Toca da Onça, concedeu entrevista ao Diário da Cidade [edição de 21 de março de 2011, pag 03] testemunhando a existência desses animais. Disse: “A gente ia “inticar” (provocar) os bichos, ai quando eles iam atrás a gente saía correndo um monte”.

A região ganhou um grande impulso urbanístico por volta de 1940, quando Pedro Rangel abriu uma rua por entre suas terras ligando a Rua José Cândido, à Rua José Pereira Liberato. Atualmente a rua recebe o nome de Pedro Rangel.

Coloninha

Coloninha abrangia as terras que seguiam em direção sul até alcançar a atual Praça do Gonzaga. Mas, anteriormente, boa parte do território que hoje é denominado de São João atendia pelo nome de Coloninha. A divisa exata entre a Coloninha e a Barra do Rio é desconhecida, mas podem servir de referência as próprias atividades econômicas desenvolvidas nas duas localidades.

Enquanto a Barra do Rio, historicamente sempre teve uma tendência à industrialização e urbanização, a Coloninha tinha uma tendência à agricultura e pecuária, com a instalação de pequenos sítios e chácaras adquiridos por imigrantes, principalmente de origem alemã, que desistiram de colonizar as regiões de Blumenau e Brusque e resolveram ficar aqui no litoral. Ajudou muito nessa decisão o preço acessível da terra.

O nome Coloninha, portanto, faz referência à existência de uma pequena colônia de imigrantes que foi surgindo mais recentemente, aos poucos, entre as localidades Barra do Rio e Centro. Osmar Schroeder, descendente de família alemã proprietária de terras onde hoje estão instalados a escola Henrique da Silva Fontes e a igreja São João Batista, destaca algumas dessas famílias: Erthal, Kobarg, Schroeder, Tietjen, Trader, Weiss.

Esse processo migratório teve sequência até depois da Primeira Guerra Mundial. Os Schroeder, por exemplo, chegaram na Baixada do Jacaré por volta de 1924. Na medida que a região foi se urbanizando com a abertura sistemática de ruas alinhadas e loteamentos populares, a área reconhecida pela população como Coloninha foi ficando restrita cada vez mais ao entorno da Rua Benjamin Franklin Pereira. Com a instalação da madeira Madevila, a localidade ficou com dois nomes populares: Coloninha e Madevila.

Denominação de São João

Foto antiga de fogueira de São João apagada.

Fogueira de São João.

Segundo o historiador Edison d’Ávila [O bairro São João, 1992] o uso da denominação São João teve seu início com a chegada de cinco missionários capuchinhos que vieram à cidade para a realização de “santas missas”. Um destes missionários foi destacado para a área da Baixada do Jacaré, sendo hóspede de João Alfredo d’Ávila, promovendo os cultos no salão de baile de Genelício Pedro de Souza.

Das conversas entre os moradores locais e o religioso surgiu uma campanha para o erguimento da capela comunitária. A comissão de moradores contava com os nomes de: Edvirges Linhares, Ulisses Machado, João Alfredo d’Ávila, Genelício Pedro de Souza, Feliciano Galdino Dias e Arnaldo Krauel. Esta comissão adquiriu um terreno de propriedade da família Schroeder (Mariche Schröeder) e, por sugestão de Henrique Miguel foi escolhido como santo padroeiro São João Batista.

A primeira capela de madeira foi derrubada por um vendaval e outra construída no seu lugar. No ano de 1968 foi instalada a Paróquia de São João Batista, tendo como vigário o Padre Agostinho Stahelin. Por décadas a localidade atraia fiéis para a sua festa junina que contava com a queima de uma grande fogueira.

Demarcação na legislação

O prefeito Carlos de Paula Seára sanciou a Lei nº 876, de l0 de junho de 1968, denominando o bairro São João e lhe conferindo o mesmo território da paróquia: “ao norte com o Rio Itajaí açu, desde o final da rua Benjamim Franklim Pereira, até a foz do Rio Itajaí Mirim, ao Sul, com a rua Silva até a rua Benjamim Franklim Pereira, ao leste com rio Itajaí Açu e rua Benjamim Franklim Pereira em sentido diagonal e ao oeste com o Rio Itajaí Mirim até o final da rua Silva.”

O prefeito Jandir Bellini sancionou a Lei nº 3359, de 21 de dezembro de 1998, dividindo o perímetro urbano de Itajaí em zonas administrativas, estabelecendo o São João como sua décima zona abrangendo o seguinte território: “Rio Itajaí-Mirim, Rua Albino Gugelmin, Rua Blumenau, Rua Francisco Czarneski, Rio Itajaí-Açu, seguindo os limites do Centro e Vila Operária, até o Rio Itajaí-Mirim.”

Marcos históricos

No ano de 1964 a comunidade recebeu o Grupo Escolar Henrique da Silva Fontes, posteriormente sendo erguidas as escolas João Duarte e Paulo Bauer. Em 1976, foi inaugurada a Avenida Governador Irineu Bornhausen – conhecida popularmente por Caninana. Em 1980, foi realizada a obra de continuação da Rua Indaial até a Praça da Alegria, possibilitando a ligação direta entre São Judas, Dom Bosco, Vila Operária e São João. Em 1982 foi construída a Ponte João da Silva, sobre o Rio Itajaí-Mirim, ligando São João e São Vicente. Em 1996, foi inaugurado o Parque Ecológico Alessandro Weiss.

Locais e ruas importantes

A Praça da Alegria

Um dos locais que dão identidade ao bairro é a Praça da Alegria no início da Rua Pedro Rangel. O nome deve-se a um programa de televisão muito popular. Saiba mais sobre o local no verbete Praça da Alegria.

Navita

O nome faz referência a uma grande empresa denominada Navegação Itajaí, instalada na Rua Blumenau. Por conta das atividades comerciais da empresa seu nome ficou como representação do território que sai da Rua Blumenau em direção ao bairro São João.

Caninana

O nome popular para a avenida faz referência a uma espécie de cobra. Saiba mais sobre a história no verbete Avenida Irineu Bornhausen.

Rua José Pereira Liberato

Cruzando boa parte do bairro São João, tem seus primeiros nomes (antes da denominação atual) vinculados à história do bairro. Saiba mais no verbete Rua José Pereira Liberato.

Fonte: Itajahy – cantos, recantos e encantos – história das comunidades itajaienses. Magru Floriano. Itajaí: Brisa Utópica, 2021. Disponível em magru.com.br.

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