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Dicionário da pesca da tainha – R – S

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RANCHO – Pequena construção rústica fixada no cômoro por pescadores fixos das praias. É conhecido como rancho de praia e serve como abrigo para canoas e tralhas de pesca. Geralmente não serve de residência fixa aos pescadores.

REBOJO – 1] Redemoinho ocasionado pela mudança de direção do vento; 2] Vento que bate em algum obstáculo e retorna.

REDE – Todo equipamento confeccionado com fios trançados visando à captura de peixe.

REDE CAÇA DE MALHA – É a rede confeccionada com malha maior visando fazer com que o peixe fique preso ao tentar fugir do cerco. A rede utilizada na pesca próxima ao costão é mais baixa, a utilizada no cerco de largo [mar aberto] é mais alta. Nos dois casos [cerco de largo e cerco no costão] os pescadores utilizam a estratégia do bate-bate para o peixe malhar.

REDE DE ARRASTO – É a rede utilizada na pesca de praia pelos pescadores artesanais na pesca conhecida como arrastão.

REDE DE CACEIO – É a rede de malha usada na modalidade de pesca de currico com o conjunto canoa-rede. A rede tem uma ponta presa à canoa e na outra extremidade uma boia com bandeira de sinalização. Possui pouca chumbada e pouca cortiça para a rede viajar com a corrente marítima. Trabalha em meia-água, não chega ao fundo.

REDE DE CERCO – É uma modalidade da pesca de caceio. A canoa cerca o cardume com uma rede, bate-se na flor d´água com paus de bambu e o peixe se espanta ficando preso na rede. Atualmente a pesca industrial utiliza uma tecnologia chamada de Anilha, que faz com que a rede se feche em formato de um coador ou copo assim que o cardume é cercado no mar não precisando promover o bate-bate para o peixe malhar. Rede de circo.

REDE DE ESPERA – Tipo de rede confeccionada para pescaria fixa em mar ou rio. Ela pode ser DE FUNDO ou BOIADA. Na rede de espera de fundo usa-se pouca cortiça em quantidade suficiente para a parte de cima da rede boiar pouco abaixo da linha d´água. Visa pegar cação, linguado….; na rede de espera boiada usa-se mais cortiça e menos chumbada no fundo para a rede aparecer com a parte de cima na linha d´água e pegar espécies como tainha, guaivira, anchova, sororoca….

REFREGA – Vento forte que cessa inesperadamente. Pancada de vento.

REMADEIRA – pequeno pedaço de madeira onde é afixado o tolete servindo ambos de base para o remo da canoa. A remadeira está fixada na borda da canoa sempre a frente do remador. Toleteira.

REMEIRA – A parte final do remo. A pá do remo.

REMEIRO – Termo que designa o pescador responsável por dar movimento à canoa utilizando como recurso o remo de voga. Remador.

REMEIRO DE CONTRA-PROA – O segundo remador da canoa

REMEIRO DE CONTRA-RÉ – O terceiro remador da canoa.

REMEIRO DE PROA – O primeiro remador da canoa.

REMEIRO DE RÉ – Último e quarto remador da canoa que fica antes do patrão de pesca.

REMO DE GOVERNO [remo de pá] – Remo com o final mais largo visando o maior deslocamento de água para dar direção à canoa exercendo a função de leme. O remo de governo é utilizado pelo patrão que fica sempre na popa da canoa. Nas canoas menores [canoas comuns] o remo de pá é utilizado pelo remeiro que não precisa do apoio na borda, do tolete.

REMO DE VOGA – Remo com o final mais estreito utilizado apenas para dar velocidade à canoa, não interferindo na sua trajetória. Utilizado por todos os remeiros com apoio no toleteiro.

REPUXO – Forte corrente de retorno existente na praia. Essa corrente forma um buraco no fundo chamado de valagão, oferecendo muito perigo à segurança dos banhistas. É justamente defronte a esses locais que os salva-vidas colocam bandeiras vermelhas.

RESSACA – Condição em que o mar se apresenta com maré alta e ondas gigantescas alagando áreas próximas da costa sendo completamente desfavorável à atividade pesqueira das frotas industrial e artesanal.

RESSOLHO – 1] Redemoinho ou pequena onda provocada pela movimentação dos peixes. O ressolho pode ajudar os vigias a localizarem cardumes; 2] Também pode designar o brilho do peixe à flor d´água.

RODILHA – A borda mais grossa dos balaios. Geralmente a rodilha é feita de cipó grosso.

ROLÃO – Tainha nova adulta que está no seu primeiro corso.

ROLO – Pedaço de tronco fino de árvore utilizado como base na hora de empurrar a canoa na areia da praia. Ele evita que a canoa enterre-se na areia da praia facilitando a sua movimentação. Tem a mesma função da estiva.

RUFO – Bolsa formada ao final da tarrafa onde o peixe fica preso.  Parte da tarrafa que forma uma saqueira onde o peixe fica aprisionado geralmente iniciada  a partir da sétima fileira inferior da tarrafa.

SACO DA FAZENDA – Localidade do Município de Itajaí formada a partir das obras da Barra do Rio Itajaí. Atual Baía Affonso Wippel.

SAIA – Parte mais larga do final do remo.

SALTEAR [sartear] – Ato da tainha pular na flor d´água. Sartiu da tainha.

SAMBURÁ – Balaio menor e mais raso muito utilizado por pescadores amadores que costumam frequentar os costões contendo apenas uma alça alongada que vai de um extremo ao outro.

SAPIQUÁ – Tipo de sacola que os tarrafeiros utilizam para guardar o peixe. Variações: congá, mariana, bungá.

SARAGAÇO– muvuca [mutuca], tumulto, desentendimento, confusão.

SEAR – O ato de remar para trás. Técnica geralmente utilizada em embarcações com tolete e palamento.

SEPULTURA – Praia da antiga localidade de “Baixada”, atualmente conhecida como “Ponta das Palmeiras” ou “Ponta do Zarling”.

SILIVANA – Mistura de café passado com farinha de mandioca formando uma papa bem mole. Variações: loque, pirão de café, miguelinho, miguéli-de-café, nolóli, peróca, primiana de café.

SISGA – Ligação entre a boia de sinalização e a boia da fatecha nas redes de espera.

SOBRESSAME – São dois sarrafos colocados no fundo da embarcação para ela não gastar a madeira quando em movimento sobre a carreira de estiva ou rolo.

SUBSÃO – Linha feita de madeira dura colocada embaixo da embarcação para proteger sua quilha.

SUMIAR – Ação da rede enterrar-se em um banco de areia quando está sendo arrastada para a praia. Expressão utilizada: “A rede sumiô”.

FONTE: FLORIANO, Magru. Tainha – a tradição da pesca da tainha no litoral de Santa Catarina. Itajaí: Brisa Utópica, 2016.

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