Cepesi
O CEPESI – Centro Público de Economia Solidária de Itajaí, também atende pelo nome de Centro Público de Economia Popular e Solidária. A iniciativa de implantação do Centro em Itajaí iniciou no ano de 2005, contando com a articulação entre o núcleo de extensão da Univali, Prefeitura de Itajaí e a Senaes -Secretaria Nacional de Economia Solidária. O projeto foi aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome através do Pnud – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -, e a Secretaria Nacional de Economia Solidária no ano de 2006, sendo implantado em definitivo no ano de 2007, tendo sede provisória na rua Pedro Ferreira. No ano de 2012 a sede foi transferida para o vistoso espaço da antiga agência central do BESC, no edifício Genésio Miranda Lins, na confluência das ruas Pedro Ferreira, José Bonifácio Malburg, Manoel Vieira Garção. Atualmente a entidade está instalada na Avenida Ministro Victor Konder, número 52, próximo ao Mercado Público. Entre os nomes que marcaram a história da instituição temos o professor da Univali responsável pelo setor de extensão – Pedro Floriano de Santos -, Márcia Souza,Vilso Felizari e a líder comunitária Idalina Maria Boni. Ela faleceu, vítima de câncer, no ano de 2015. A sede do Cepesi recebe o nome de Idalina Maria Boni justamente por reconhecimento ao seu trabalho comunitário e empreendedor.
Características
As principais características que tornam um empreendimento qualificado como Economia Solidária é a autogestão, cooperativa, geração de emprego e renda, qualificação da mão de obra, aprendizado mútuo, mutirão, responsabilidade social.
Fio Nobre
A atividade considerada Economia Solidária teve seu pioneirismo em Itajaí com a Cooperativa Fio Nobre liderada por Idalina Maria Boni e Márcia Souza. Ela recebeu maquinários emprestados da Bruscor – cooperativa que estava utilizando maquinários de uma empresa texto que decretou falência no vizinho município de Brusque. Com o tempo a Fio Nobre acabou integrando a cadeia de produção da Justa Trama – responsável pela produção de algodão orgânico indo até o acabamento final e comercialização das peças.
Cooperfoz
Outra iniciativa que está na gênese do setor cooperativo em Itajaí é a Cooperfoz – Cooperativa dos Coletores de Material Reciclável da Foz do Rio Itajaí. Ela foi criada no ano de 2001 visando organizar os catadores de resíduos sólidos recicláveis para promoverem uma melhor seleção e destinação final, melhorando a renda de todos os cooperados envolvidos. A Cooperativa contou com o apoio da Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, e, da ITCP Univali – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. Jonatas Souza foi um dos seus presidentes e líderes mais destacados.
Apoio
A Univali criou no ano de 2004 a Incubadora Social e, no ano de 2007, a ITCP – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. A Prefeitura apoio todo o processo de criação do Cepesi através de suas diversas secretarias, notadamente a Sedeer – Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda. O Banco do Brasil deu apoio através do SRS – setor de Desenvolvimento Regional Sustentável, sob supervisão de Evandro Marquesi. Participam também da história do empreendimento: Senaes – Secretaria Nacional de Economia Solidária, Conselho Municipal de Economia Solidária de Itajaí.
E-Sol
Todas as entidades consolidaram, em 2011, um projeto de ações integradas conhecido como E-Sol, fortalecendo toda a estrutura a aumentando o número de protagonistas solidários que utilizam toda a estrutura disponibilizada no Município de Itajaí. O território foi dividido em 32 microrregiões integradas em três territórios administrativos: Norte – Imaruí I e II, Loteamento Nilo Bittencourt; Oeste – Cordeiros (Loteamento Jardim Progresso e Jardim Esperança) e Murta; Centro-Oeste – bairro cidade Nova (Promorar I, II e III). Para cada território foi designado um articulador e o processo foi ganhando adesão das comunidades. Estima-se que cerca de 30 grupos foram articulados através das ações do E-Sol e muitos empreendedores de baixa-renda familiar participaram de seus seminários, oficinas de formação técnica e orientações sobre formação de cadeia produtiva sustentável.
Grupos
Muitos grupos estão diretamente ligados à história do Cepesi: Artes Unidas em Ação, Brechó Ecosol, Divas das Artes, Entrelaçadas, Madame Cis, Nave Art’s, Olhanega, Recicl’Art, Grupo MG – Manutenção Geral, Horta Comunitária – Haitianos, Instituto Poly – Horta Orgãnica, Produção alternativa -PAS, UBS jardim Esperança, Arteiras Faceiras, Integra, Fuxiqueiras, Brigada do Reino, Mãos na Massa, maria Maria, Panta Rei, Cria Café e Cultura, Recriarte, Domésticas, ROC – Recolhimento Óleo de Cozinha, Grupo El Shaday, Grupo de Cuidadores.
Linha temporal
As principais datas para a consolidação dos movimentos sociais em Itajaí são as seguintes:
1984 – criação do CDHI – Centro de Direitos Humanos de Itajaí
1987 – o CDHI desenvolve projeto social buscando a construção da cidadania na periferia do Município com o projeto ‘Misérior’ (1987-1991)
1991 – início das atividades do Movimento Negro de Itajaí
1994 – abertura do sebo CasaAberta com promoção de briques e feiras de artesanatos abertas e ao ar livre
1995 – criação da cooperativa autogestionária Fio Nobre – pioneira na aplicação dos princípios da Economia Solidária em Itajaí
1998 – criação do Núcleo Afrodescendente Manoel Passos Martins
2000 – criação da Cooperfoz – Cooperativa dos Coletores de Material Reciclável da Foz do Rio Itajaí
2003 – institucionalização da Senaes – Secretaria Nacional de Economia Solidária e articulação do Fórum Municipal de Economia Solidária
2004 – eleição da primeira diretoria do Fórum Municipal de Economia Solidária. Criação, na Univali, da Incubadora Social visando fomentar a criação e gerenciamento de grupos de geração de renda
2005 – A Gerência de Extensão da Univali faz parceria com a Prefeitura de Itajaí e o Fórum de Economia Solidária elaborando o projeto de criação do Cepesi. O projeto é apresentado no edital do Pnud – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, contando com o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
2006 – aprovado o projeto de criação do Cepesi e início da estruturação da entidade
2007 – inauguração da sede física do Cepesi
2008 – a Incubadora da Univali recebe o nome oficial de Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares visando o apoio direto a empreendimentos de economia solidária
2009 – sancionada a Lei nº 5.245, de 12 de março de 2009, conhecida como Lei Municipal para Economia Solidária
2010 – formação do Conselho Municipal de Economia Solidária. Criação do Fórum Litorâneo de Economia Solidária. Realização da Feira de Orgânicos da Rua Hercílio Luz – Praça Arno Bauer2011 –
2011 – o Programa E-sol é aprovado no edital da Senaes – Secretaria Nacional de Economia Solidária
2012 – instituído o convênio 771772/2012 entre o Município de Itajaí e a Senaes visando o desenvolvimento do projeto E-Sol. Cepesi integra o Programa DRS do Banco do Brasil, recebendo apoio para mudar a sede para lugar mais amplo
2013 – A Univali é contratada para desenvolver atividades do Programa E-Sol através da disponibilização de equipes técnicas
2014 – início dos seminários e reuniões de formação dos novos empreendedores solidários. Criação dos primeiros grupos voltados à prática da Economia Solidária
2015 – promoção de feiras, ampliação do espaço de atividade de comercialização da produção dos grupos solidários, assessoria técnica aos grupos e empreendedores
2016 – consolidação do programa E-Sol.
TEXTO: Magru Floriano
FONTE: Revista E-Sol. Itajaí.