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Bairro Cabeçudas

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A área de Cabeçudas abrange boa parte do litoral itajaiense, iniciando na confluência da estrada geral com a Rua Santa Isabel – na curva da sede da AABB – terminando no cume do Morro do Farol.

Denominação

O nome Cabeçudas oferece pelo menos cinco interpretações.

1 – A primeira faz referência às tartarugas que, nos primórdios da colonização, ainda frequentavam a praia para desovar. Essas tartarugas chamavam atenção por terem cabeças grandes e eram popularmente chamadas de cabeçudas (saiba mais sobre a tartaruga-cabeçuda).

2 – A segunda possibilidade da interpretação do nome faz referência às formigas encontradas em grande número no local que também eram denominadas de cabeçudas.

3 – A terceira, faz referência aos nativos do nosso litoral que tinham cabeça grande. Quando da ampliação da sede do Iate Clube, 1971, ainda foram encontrados restos mortais desses silvícolas, hoje sob guarda do Museu do Homem do Sambaqui – Colégio Catarinense – Florianópolis.

4 – A quarta, faz referência à morraria constituída pelo Morro do Farol e o Morro da Caverna do Morcego, que, a vista do navegante, formam dois cabeços mar adentro.

5 – A última tese que tenta dar conta sobre a origem do nome cabeçudas faz referência à morraria existente no litoral que abrange o Morro do Atalaia até o Morro do Farol. O percurso teria vários cabeços que foram retirados durante a construção da estrada geral de Cabeçudas. O principal deles deu origem ao Bico do Papagaio.

Marcos Konder compilou no ‘Anuário de Itajaí 1949″ a sua monografia intitulada ‘O Município de Itajaí – físico – econômico – administrativo – histórico’ onde afirma que Cabeçudas recebe este nome “por causa do cabeço do morro onde se ergue um farol  …’.

O início

No início Cabeçudas era apenas um ponto de pesca para poucas famílias de pescadores artesanais. Com o desenvolvimento da colonização do Vale do Itajaí os navios que transportavam os imigrantes, por conta das dificuldades apresentadas pela barra em tempos de mar revolto, fundeavam na enseada e desembarcavam passageiros e mercadorias na Prainha, onde posteriormente foi construída a rampa do Iate Clube Cabeçudas.

O Porto de Itajaí, chegou a ser projetado para o local e, o terminal de trem na Esplanada, Fazenda, já previa a possibilidade de um ramal ferroviário até a ponta sul de Cabeçudas. A rua principal era conhecida apenas como “Rua da Praia” depois passou a se chamar de Juvêncio Tavares d’Amaral. Os imigrantes alemães começaram a chegar aos poucos, inovando ao utilizar a praia como área de lazer, práticas esportivas e terapêuticas.

Marcos históricos

O Farol de Cabeçudas foi inaugurado no ano de 1902. O caminho pelo litoral começou a ser aberto com as obras do molhe da barra, nas primeiras décadas de 1900, que possibilitou dinamitar diversas partes das encostas dos morros. A imagem do nosso litoral foi totalmente modificada em 1917 quando a campanha no combate à malária obrigou os proprietários de terras a colocar fogo em boa parte da mata ali existente.

A igreja em adoração a Santa Teresinha foi criada na década de 1920, sendo incluída, em 1968, na jurisdição da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – da Fazenda. No ano de 1912 surge o Hotel Herbst. No ano de 1921 foi aberto o restaurante de propriedade de Eduardo Neitzel e a Empreza de Transporte Zimmermann & Cunha passou a operar com “auto-ônibus” no transporte de passageiros na linha Centro-Cabeçudas. A mesma linha passa a ser operada, em 1934, pela Empreza Auto-Viação Itajahy Ltda.

No ano de 1926 é aberto o Restaurante Mira-Mar de Manoel José dos Santos e, em 1927, o Restaurante Zwölfer, de José Zwölfer, empreendedor que criou em 1928 o Hotel Cabeçudas. Também merece destaque a iniciativa do comerciante Elói Cordeiro que manteve casa comercial e o Hotel Cordeiro – que depois deu lugar ao Marambaia Cabeçudas Hotel.

Centro político

A bem da verdade Cabeçudas era a grande paixão de Marcos Konder e seus familiares. Nos seus sucessivos mandatos como superintendente municipal, Marcos, tudo fez para transformar Cabeçudas em um vistoso balneário. A 16 de julho de 1927, por exemplo, ele participa de reunião ordinária do Conselho Municipal e requer autorização para colocar em prática um plano de edificação, arborização e saneamento do que já intitulava de “Balneário de Cabeçudas”.

No ano anterior, havia assinado a Lei nº 136 que previa desapropriações para retificação da Estrada de Cabeçudas, arruamento e até iluminação pública da orla da praia. Com obras realizadas pelo governo Marcos Konder [1915-1930] Cabeçudas passa a ostentar o título de ser o primeiro balneário de Santa Catarina. A localidade ganha energia elétrica no ano de 1928 quando era governador do Estado de Santa Catarina Adolpho Konder.

No ano de 1928 Marcos propõe ao Conselho Municipal utilizar uma antiga trilha indígena para abrir uma “variante” pelo Morro Cortado. Com a ascensão de Irineu Bornhausen ao governo de Santa Catarina [1951-1956] e o domínio do sistema financeiro-industrial estadual pelo conglomerado liderado pelo Banco Inco – Banco Indústria e Comércio – Cabeçudas passou a ser conhecida como a “República de Cabeçudas”, o centro do poder do Estado de Santa Catarina. Ainda nesse contexto, foi criado no ano de 1958 o Iate Clube Cabeçudas, local de reunião de banqueiros, industriais e políticos.

Delimitação do território

O prefeito Jandir Bellini sancionou a Lei n° 3359, de 21 de dezembro de 1998, dividindo o perímetro urbano de Itajaí em Zonas Administrativas. Cabeçudas ficou como Terceira Zona, compreendendo o seguinte território: “Rio Itajaí-Açu no Oceano Atlântico, por este até a ponta do Farol, segue pela Rua Samuel Heusi Júnior até seu ponto mais alto, deste ponto pelo divisor de águas de Cabeçudas com a Praia Brava, até encontrar o limite com a Fazenda, por este até o ponto inicial”.

Locais importantes

Estão incluídas dentro do território da Zona Administrativa Cabeçudas as seguintes localidades.

Praia do Caminho da Carroça

Ela fica no Caminho de Cabeçudas antes do Molhe, ainda no Saco da Fazenda. Leia mais no verbete Praia do Caminho da Carroça.

Morro do Atalaia

Tem parte de seu território em Cabeçudas e outra parte no bairro Fazenda. Saiba mais no verbete Morro do Atalaia.

Molhe da Barra

Construído pela empresa Cobrasil nas primeiras décadas de 1900, o espaço serve de atrativo turístico e local de passeio dos moradores da cidade. Saiba mais no verbete Molhe da Barra.

Praia do Atalaia

Conhecida popularmente com o nome no feminino: Praia DA Atalaia. É a praia tradicionalmente mais frequentada por esportistas. Saiba mais no verbete Praia da Atalaia.

Praia do Linguado

O pontal sul da Praia do Atalaia é conhecido por pescadores mais antigos como Praia do Linguado. Leia mais no verbete Praia da Atalaia.

Praia do Molhe

A praia próxima ao molhe da barra sul do Rio Itajaí sempre foi reconhecida como parte integrante da Praia do Atalaia. Leia mais no verbete Praia da Atalaia.

Prainha do Mima

Atravessando o pequeno costão existente no final da Praia do Linguado temos acesso a uma pequena praia entre o costão da Praia do Linguado e o Costão do Bico do Papagaio. Saiba mais no verbete Prainha do Mima.

Bico do Papagaio

Um dos principais pontos turísticos de Itajaí fica localizado no caminho que leva à Praia de Cabeçudas. Saiba mais no verbete Bico do Papagaio.

Praia do Geremias

Localizada após o costão do Bico do Papagaio, a Praia do Geremias, em homenagem a um morador da localidade. Saiba mais no verbete Praia do Geremias.

Prainha

Também conhecida como Prainha do Luiz Pescador, fica após o costão da Praia do Geremias. Leia mais no verbete Prainha.

Praia da Peladinha

Saindo da Prainha em direção à Cabeçudas vamos encontrar novo costão. Encrustada nesse costão existe uma pequena praia de difícil visualização pela estrada. Saiba mais no artigo Praia da Peladinha.

Ilha Luiz Pescador

Defronte à Praia da Peladinha temos uma pequena ilha que os frequentadores da Estrada Geral usualmente chamavam de Ilha Luiz Pescador, novamente em referência a Luiz dos Santos que ali recolhia os goiás, que comercializava na sua venda à beira da estrada.

Praia do Canhão

Após a Praia da Peladinha temos novo costão e em seguida outra praia de pequeno porte. Saiba mais em Praia do Canhão.

Prainha do Iate

Após a Praia de Cabeçudas temos um grande costão até o final do Morro do Farol. Encrustada no meio do costão temos uma diminuta praia: leia em Prainha do Iate.

FONTE: Itajahy – cantos, recantos e encantos – história das comunidades itajaienses. Magru Floriano. Itajaí: Brisa Utópica, 2021. Disponível em magru.com.br.

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