Companhia Malburg
A Companhia Malburg foi considerada a maior empresa que operou no território de Itajaí por décadas. Ela foi fundada pelo emigrante alemão Nicolau Malburg. Nascido a 25 de janeiro de 1832 na cidade alemã de Schweich, Nicolau emigrou para o Brasil com apenas 24 anos, ficando radicado inicialmente na colônia alemã de São Pedro de Alcântara. Depois, migrou para Gaspar, no Vale do Itajaí, atuando como professor e, junto com Pedro Schmitt, chegou a atuar no comércio de terras e gêneros alimentícios. Devido ao seu espírito empreendedor resolve migrar novamente. Desta feita deixa Gaspar para se estabelecer como comerciante em Itajaí, onde, à 30 de outubro de 1860, funda a Empresa Malburg – um pequeno armazém de secos e molhados localizado na proximidade da Igreja Imaculada Conceição. Rapidamente vai ampliando seus negócios, comercializando de cristais importados a madeira. Construiu o veleiro ‘Hulda’ para facilitar suas viagens comerciais entre os portos de Itajaí e Rio de janeiro.
A SUCESSÃO
Com o falecimento de Nicolau Malburg, a 08 de maio de 1890, assume o comando da Companhia sua esposa, Catharina Haendchen Malburg e o filho Nicolau Malburg Júnior. Acontece que Nicolau falece precocemente aos 35 anos de idade, 1904, e Catharina volta ao comando isolado da empresa até 1906, quando assume o comando o filho Bruno Ferdinand Malburg. A Companhia Malburg muda o nome para ‘Bruno Malburg e Cia’. Sob seu comando a empresa ganhou nova dinâmica. Foram adquiridos os veleiros ‘Emília’ e ‘Ramona’ e dinamizada a parte da companhia que prestava serviços de transporte na hidrovia do Itajaí, entre Itajaí e Blumenau, através de lanchas a motor, as tradicionais ‘barcaças’. Ele falece a 11 de janeiro de 1918, contando com apenas 45 anos de idade, deixando no comando da empresa a viúva Elisabeth Reiser Malburg. Contudo, imediatamente entregou a empresa sob os comandos do funcionário de confiança da família, Bonifácio Schmitt. Em 1933 a Companhia mudou sua razão social para ‘Sociedade Anônima’.
Bonifácio Schmitt respondeu pelo cargo de Diretor presidente até 1949, quando passou o comando para seu filho José Bonifácio Schmitt, que já respondia pelo cargo de Diretor vice-presidente desde 1943. Dois lances ocasionais acabaram deixando a empresa completamente em mãos dos Schmitt: a morte de Bruno Arthur Malburg em 1934 e, a demissão do diretor Fritz Amman em 1944. Com o afastamento de Bonifácio Schmitt a empresa contou com a seguinte diretoria: presidente: José Bonifácio Schmitt; vice-presidente: Sylvestre Schmitt; diretor-gerente: Carlos Malburg. Mas, Carlos morre em 1955, abrindo vaga na diretoria para Laércio Mauro Malburg. Quando fechou suas portas, no ano de 1965, a empresa respondia pelo nome de Companhia Comércio e Indústria Malburg.
OS NEGÓCIOS
A Companhia Malburg recebeu grande impulso atuando no transporte de cabotagem entre os portos de Itajaí e Rio de Janeiro com os veleiros ‘Hulda’, Emília’ e ‘Ramona’. Em seguida, começou a agenciar navios de outras empresas que também atuavam no transporte marítimo de cabotagem entre os portos do Sul do Brasil e a capital federal – Rio de Janeiro. Com o aceleramento da exportação de madeira para a Argentina, a companhia passou a agenciar as ‘chatas argentinas’ no Porto de Itajaí, entrando no agenciamento marítimo internacional. Em seguida passou a agenciar os navios da empresa inglesa Timber Control. Em seguida agenciou navios de bandeira americana, sueca, holandesa e norueguesa.
A Companhia Malburg também atuou em outros setores além da navegação. Foi proprietária de engenho de beneficiamento de arroz e, no ano de 1951, montou um engenho de moagem de trigo, processando grãos nacionais e argentinos. Além de produzir farinha de tribo com bom conceito no mercado nacional, a empresa produzia farelo para bovinos, suínos e aves. Com o sucesso do empreendimento um novo parque industrial foi instalado à Rua Blumenau, próximo á sede do Grêmio XXI de Julho. Entre as empresas pertencentes ao grupo empresarial podemos destacar: Rodoveículos – concessionária para todo o Estado de Santa Catarina da FNM – Fábrica Nacional de Motores, Alfa Romeo e Vespa; Super-Magazine-Malburg – loja substituta da antiga loja de tecidos e armarinhos.
TEXTO: Magru Floriano. Itajaipedia.
FONTE: MALBURG, Homero. Nicolau Malburg – a empresa Maburg e a família. IN: Anuário de Itajaí 2019. Itajaí: FGML, 2019. Páginas 98-108.