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Esportes antigos

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REMO

Antes do futebol se transformar no principal esporte nacional outras modalidades dividiam a preferência do público e praticantes do desporto. Um esporte que teve grande acolhida nas comunidades brasileiras, não sendo diferente em Itajaí, foi o remo. Basta lembrar que Itajaí contou com três grandes clubes de remo: Clube Náutico Almirante Barroso, Clube Náutico Marcílio Dias e Clube Náutico Cruz e Souza, todos criados entre 1919 e 1920. Não obstante as três entidades esportivas lograrem grande êxito no cenário catarinense, gradativamente, foram dando espaço ao futebol.

TIRO

O mesmo aconteceu com a prática do Tiro. Era um esporte muito popular, principalmente entre as famílias de origem alemã, tradição que prevalece até os dias atuais. Após as duas Grandes Guerras, o controle sobre essas comunidades germânicas levou a prática esportiva do Tiro a ficar cada vez mais restrita a clubes fechados. Aqui em Itajaí até mesmo o ‘clube fechado’, no caso o Clube de Caça e Tiro Vasconcelos Drummond, sofreu forte repressão. A questão econômica também foi determinante para estabelecer a supremacia do Futebol sobre o Remo e o Tiro. Acontece que uma bola dava conta de reunir dezenas de pessoas, tendo um custo muito baixo e, até mesmo, podendo ser improvisada com bexiga de porco, etc. Por outro lado, uma embarcação oficial de remo – as conhecidas yoles – eram feitas no Rio de Janeiro, acomodavam apenas cinco praticantes, exigindo alto valor na compra, transporte e manutenção. Quanto ao Tiro, além das restrições ao ‘porte de arma’ e os inevitáveis acidentes fatais, também pesava sobre o esporte o fato de ser bastante dispendioso, com acesso impeditivo às pessoas de baixa renda.

RINHA DE GALO

Além do Remo e Tiro, muitos outros esportes eram praticados com certa regularidade em Itajaí, como é o caso da Caça e Pesca, Bolão, Atletismo, Corrida de cavalo, Briga de galo. Principalmente as atividades envolvendo animais, quer na caça, quer na corrida e briga, foram gradualmente sendo deixadas de lado. Nas décadas de 1960/70 as rinhas mais conceituadas chegavam a promover campeonatos de nível catarinense, oferecendo prêmios milionários aos donos dos galos vencedores e seus apostadores. As rinhas de galo, onde eram praticadas verdadeiras atrocidades contra os animais, alguns saindo da luta mortos ou mutilados, sobreviveram em nossas comunidades até bem recentemente, com algumas rinhas ainda sendo descobertas pela polícia em pleno ano 2000.

CORRIDA DE CAVALOS

Um esporte muito apreciado pelos itajaienses era a corrida de cavalos. Em diversos pontos da cidade e no interior do Município encontramos ‘carreiras’ para esta prática popular. No Código de Postura do Município de Itajaí de 1868 ficava proibida a corrida de cavalos no perímetro urbano da cidade, mas, essa regra não era seguida nem mesmo pelas autoridades mais graduadas, já que nenhum político queria ser impopular junto a seu eleitorado proibindo uma atividade que tinha grande acolhida junto ao público em geral. Os jornais antigos falam de carreiras de cavalos em diversos pontos urbanos: final da Rua Lauro Müller, Avenida Sete de Setembro, Rua Uruguai, Rua Carlos Seára, Rua Indaial. A ‘raia’ ou ‘carreira’ da Rua Carlos Seára era uma das preferidas, com esta rua recebendo o nome popular de ‘Rua da Raia’. Uma das raias mais longevas foi aquela construída na Rua Indaial [próximo à propriedade dos Irmãos Pinto, atual Fort Atacadista]. Quanto à raia da Rua Uruguai, ela ficava em terreno onde atualmente temos o conjunto habitacional da Rua Jorge Matos. Ao mesmo tempo que servia para corrida de cavalos a raia da Rua Uruguai começou a servir também como aeroporto para as primeiras aeronaves – sendo nosso primeiro aeroporto improvisado. Antes dele, lembremos, os aviões amerrissavam nas águas do Rio Itajaí. O ‘turfe’ começou a experimentar declínio a partir de 1930 nas áreas mais urbanizadas, ficando um esporte praticado nas localidades rurais. Temos notícias de promoções de corridas de cavalos com certa regularidade até 1950.

CAÇA

A caça sempre contou com muitos aficionados em Itajaí e região. Apesar da legislação ficar cada vez mais rigorosa em coibir a matança indiscriminada de determinadas espécies, a caça esportiva ainda é praticada clandestinamente nas áreas rurais, configurando crime ambiental. Muitos donos de sítios ainda disciplinam seus cães para a especialidade da caça ao tatu. Em Itajaí um dos pontos preferidos para a caça esportiva era a morraria que tinha como ponto central o Morro da Araponga – localizado entre Carvalho, Canhanduba e Ressacada [atualmente abriga uma das estações de tratamento de água do Semasa].

PESCA

Quanto à pesca, principalmente a partir do Governo Marcos Konder [1915/1930] começou a se estabelecer uma legislação mais rígida para coibir excessos praticados no Rio Itajaí e afluentes, incluindo também o Saco da Fazenda. Até pesca com dinamite era praticada nesses tempos. Depois foi sendo proibida a pesca de arrasto, a pesca com redes de malhas finas … Nos dias atuais a pesca no Rio Itajaí só é possível com caniços e varas individuais, bem como puçás para a captura de siris. A escadaria do Parque Náutico Odílio Garcia, em Cordeiros, e, o Molhe da Barra, em Cabeçudas, são os dois pontos mais utilizados pelos adeptos da pescaria esportiva. Estima-se que atualmente, 2024, Itajaí conte com cerca de dez equipes especializadas em pesca de arremesso, também conhecida como pesca de praia. Geralmente essas equipes possuem cerca de dez a vinte integrantes que promovem competições entre si e, também, participam de campeonatos promovidos em nível catarinense. Para atender a legislação vigente essas equipes montam um refinado regulamento, proibindo a pesca de determinadas espécies, principalmente as protegidas por ‘defeso’, e, exigindo um tamanho mínimo por ‘indivíduo’ pescado, observando as características próprias de cada espécie.

TEXTO: Magru Floriano.

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