Miguel da Canoa
Miguel José Wanderhec nasceu no distrito de Ilhota no dia 29 de setembro de 1909, filho do casal Manoel Lopes Wanderhec e Florinda Coutinho Wanderhec. Casou no ano de 1933 com Maria Martins, com quem teve três filhos: Reinaldo, Ruth e João Carlos. Iniciou as atividades profissionais na Usina de Açúcar Adelaide [ainda na sede antiga junto à Praça Gonzaga – depois a empresa mudou seu parque industrial para a localidade de Pedra de Amolar – distrito de Ilhota]. Seu Miguel foi motorista dos diretores da empresa [Udo Garcia, Marcos Heusi, Marcos Konder …], ajudou na tesouraria e até na cozinha do barracão dos operários. Era o famoso ‘faz-tudo’ e homem de confiança. Acontece que foi acometido de doença grave, diagnosticado com ‘doença das faculdades mentais’ chegando a ser internado na difamada Colônia Santana – Florianópolis. Recuperado, comprou uma casa às margens do Rio Pequeno, na localidade de Vassourão [atual São Vicente]. O local onde residia era conhecido dos moradores como Porto da Nação. Ali ele mantinha três canoas que utilizava para fazer a travessia de pessoas e cargas de uma margem para a outra [Vassourão – São João]. Ele prestou o serviço de travessia do Rio Pequeno por cerca de trinta anos, quando a Prefeitura construiu no local uma ponte precária de arame sustentada por cabos de aço – a tradicional pinguela. Mas a ponte ruiu e vitimou uma pessoa, fazendo com que a população retomasse novamente aos préstimos do velho barqueiro. Com o falecimento de sua esposa preferiu ficar internado no Asilo Dom Bosco, falecendo no dia 26 de setembro de 1996. Até os dias atuais as comunidades dos bairros São João e São Vicente guardam a memória do ‘Seu Miguel da canoa’.
TEXTO: Magru Floriano. Itajaipedia.
FONTE: FARIAS LIMA, Maria Tereza. Seu Miguel da Canoa. IN: Anuário de Itajaí 2013. Itajaí: FGML, 2013. Páginas 126 – 130.