Navegantes: localidades de Itajaí
Até o ano de 1962 Navegantes era um bairro de Itajaí e suas treze comunidades integravam a zona rural do Município de Itajaí. Ali, muitas terras eram de propriedade de itajaienses renomados como o coronel Eugênio Muller e Francisco de Paula Seára.
Volta Grande
A localidade de Volta Grande tinha esse nome abrangendo as duas margens do Rio Itajaí-açu. Recebeu esse nome porque no local o Rio Itajaí-Açu faz uma curva acentuada. As terras do ‘Outro Lado’ eram férteis e ali o Coronel Eugênio Muller mantinha uma fazenda com engenho de açúcar, grandes plantações e criação de gado.
Pedreiras
O nome original da localidade era ‘Queimadas’ passando a receber o nome de ‘Pedreiras’ a partir de 1912 quando a empresa Cobrazyl começou a retirar pedras do local para a construção dos molhes da BarrBarra do Rio Itajaí. As terras eram de propriedade de Francisco de Paula Seára. Por isso ele era o administrador dos serviços de extração das pedras e seu transporte, por trem, até o Pontal.
Machados
A comunidade de Machados recebeu esse nome por conta de uma família com esse sobrenome. No tempo antigo esse nome era muito utilizado para designar as terras que chegavam às margens do Rio Itajaí no ponto da travessia da balsa e, também, das barcaças da Fábrica de Papel Itajaí, empresa que mantinha grande plantação de bambu na outra margem. Isso a partir do ano de 1913. Era por essa travessia também que fluía todo o trânsito no litoral de Santa Catarina até a construção da ponte Marcos Konder, na Foz do Rio Itajaí-Mirim por volta de 1930. Contudo, muitos faziam uma subdivisão da área, colocando a região mais ao sul como sendo Sudan, por conta de um campo de futebol da agremiação Sudan Football Club.
Gravatá
A localidade de Gravatá recebe o nome por conta da existência de grande número dessa planta muito utilizada na confecção de redes de pesca. No ano de 1949 o prefeito de Itajaí, Paulo Bauer, assinou a Lei nª 122, dividindo a localidade. Denominou de São Miguel as terras no distrito de Penha, mantendo a designação de Gravatá às terras localizadas no Canto Norte da então Praia de Itajaí, atual Praia de Navegantes.
Sudan
A região intitulada de Sudan tem seu nome estabelecido a partir do dia 15 de janeiro de 1937 quando é criada a agremiação esportiva Sudan Futebol Clube. Estava localizada bem na passagem de balsa do Rio Itajaí, tendo área ocupada pela plantação de bambu-açu, planta utilizada na produção de papel pela Fábrica de Papel Itajaí, estabelecida na outra margem do Rio Itajaí. Atualmente a localidade responde pelo nome de Nossa Senhora das Graças, tendo como referência o Loteamento São Paulo (antigo bambuzal).
Escalvados
Uma das localidades mais distantes do centro e sempre apresentou bom desempenho econômico. No ano de 1906 já contava com olarias, engenhos e fábricas, incluindo a fábrica de fogos de artifícios de Thomas Borges. No ano de 1910 iniciaram as obras da abertura da estrada ligando Escalvados a Penha pelos empreiteiros Franklin Máximo e Felismino Macedo. No ano de 1915 o Governo do Estado promoveu a ligação Escalvados – São João do Itaperiú. No ano de 1920 contava com o Futebol Clube Lauro Muller. A região também passou pela experiência da plantação de café. Entre as lideranças comunitárias é destaque Olíndio Rodolfo de Souza, que foi vereador e presidente da Câmara de Itajaí assumindo como prefeito interinamente no lugar de Irineu Bornhausen. Ele é pai do prefeito Frederico Olíndio de Souza. O nome Escalvados vem da observação de que um morro da região não tinha vegetação. Tudo indica que essa condição foi motivada pela retirada de barro para suprir de matéria-prima as olarias existentes na comunidade.
Pontal
O nome da comunidade deve-se ao fato de toda a área ser constituída por um enorme banco de areia formado pela ação da maré na desembocadura do Rio Itajaí. Muitos subdividem a área em três comunidades: Pontal, São Pedro e Farroupilha. Elas foram formadas basicamente por famílias de pescadores oriundos da localidade de Ganchos. Esse pontal era um dos grandes obstáculos oferecidos à navegação comercial no Rio Itajaí, porque ele mudava de lugar de acordo com as marés e condições marítimas, como é o caso de ressacas. Só a partir de 1912, quando do início da construção da retificação do rio e dos molhes, é que o Pontal conseguiu ter sua área fixada de forma permanente. Ali, se tem notícias, de abrigar o primeiro cemitério de Itajaí, destruído por completo com a enchente de 1880.
Saco Grande
Para diferenciar as localidades que estavam localizadas nas grandes curvas do Rio Itajaí as pessoas começaram a designar uma de Volta de Cima / Volta Grande e a outra de Saco Grande. O prefeito Paulo Bauer, a 14 de março de 1953, denominou a localidade de São Domingos para tirar o nome que, para muitos, parecia meio vexatório e negativo. O nome foi escolhido porque, desde 1950, havia sido construída uma capela tendo como padroeiro São Domingos de Gusmão.
TEXTO: Magru Floriano
FONTES:
1 – Jornal dos Bairros – textos de Rogério Pinheiro
2 – https://navegantes.sc.gov.br/historia/ acessado a 22 de agosto de 2025.