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Religião: Festas Juninas

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Cabo-de-guerra – Festa junina no Rancho Brilhante – 2025

Acompanhando as tradições religiosas e culturais da sociedade brasileira, a comunidade itajaiense também promove inúmeras festas em homenagem a Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho), São Pedro e São Paulo (29 de junho). Estas festas são conhecidas popularmente como ‘festas juninas’. Além das grandes festas promovidas junto às igrejas católicas a comunidade itajaiense sempre viu proliferar um grande número de festas particulares. Pequenas fogueiras eram acesas nos terrenos baldios, com as famílias promovendo atividades ao seu redor, desde o uso de diversos tipos de pequenos fogos de artifício a balões infláveis, danças de roda, alimentos assados nas brasas da fogueira (aipim, batata doce, cará, taiá, inhame …), brincadeiras de desafios e competições entre as crianças, como o cabo-de-guerra e caça ao tesouro no pote. Os locais eram sempre decorados com varais de bandeirinhas coloridas. O mais usual era que as famílias promotoras das pequenas festas tinham um membro com o nome do santo homenageado – João, Pedro, Paulo, Antônio – o que não era raro em toda a comunidade. Uma atração nestas festas juninas é o ‘casamento do jeca’ ou o ‘casamento caipira’. Nela, o noivo chega de carroça e todo o evento é revestido de muito humor, com o pai da noiva aprontando muitas peripécias tendo uma espingarda espalha-chumbo em mãos.  Como o Porto de Itajaí recebia muitos navios de cabotagem oriundos dos portos de Paranaguá, Santos e Rio de Janeiro, muitas famílias que tinham membros na atividade portuária e marítima acabavam conseguindo trazer dos grandes centros produtos especializados de uso restrito às festas juninas. Era o caso dos balões coloridos infláveis por um tição de cera – vindo do Rio de Janeiro, e, fogos de artifícios diferenciados, como buscapé, estrela e espoleta.

 

Santo Antônio – A festa em homenagem a Santo Antônio acontece mais na zona rural do Município (como é o caso da comunidade de Brilhante) e, muitas vezes, antecedem as grandes festas juninas de São João e São Pedro. Em muitas comunidades a data alusiva a Santo Antônio tem sua passagem registrada por missas e novenas. Por ser conhecido popularmente como o ‘santo casamenteiro’ sua imagem é muito utilizada nos lares itajaienses. Também é grande o número de ‘santinhos’ distribuídos pela Igreja Católica. Esses pequenos impressos são colocados dentro de bolsas e carteiras das jovens e, também, em criados mudos com velário. Rezar para Santo Antônio, neste caso, era pedir a graça de encontrar um bom marido.

São João – A festa em homenagem a São João tem seu epicentro no Bairro São João, que abriga a Paróquia de São João Batista, criada no dia 25 de fevereiro de 1968, tendo como primeiro pároco o padre Agostinho Staëhelin. Uma festa grandiosa, com uma das maiores fogueiras do Estado de Santa Catarina. Missas, novena, bingo, quermesse, barraquinhas… a festa tem todas as atrações populares que compõe as festas juninas realizadas pelas demais comunidades itajaienses. Assim como a Festa de São Cristóvão se destaca pela procissão motorizada, a Festa de São João se destaca pelo tamanho de sua fogueira.

São Pedro e São Paulo – Também é uma data muito comemorada pelas comunidades itajaienses, notadamente as comunidades da Estrada de Brusque, onde fica a Paróquia São Pedro Apóstolo com sede na Itaipava, abrangendo as localidades de Brilhante, Laranjeiras, Quilômetro Doze, Arraial dos Cunha, Campeche, Canhanduba. Ainda na Itaipava, atualmente, existe um grande loteamento com o nome de Loteamento São Pedro.

São José – apesar de ser realizada no dia Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, a festa em homenagem a São José é considera por muitos como a primeira festa do circuito das ‘festas juninas’, já que nela temos as tradicionais barraquinhas com quentão e pinhão, fogos de artifícios e danças folclóricas. Em Itajaí São José é cultuado na Vila Operária numa festa também alusiva à passagem ao Dia do Trabalhador. O nome da capela local – Nossa Senhora da Paz – dá-se justamente porque se pedia a proteção de Nossa Senhora e São José para que ocorresse o bom relacionamento entre as classes patronal e trabalhadora, sempre em conflito nas lides portuárias de Itajaí.

Texto: Magru Floriano.

FONTES:

1 – D’ÁVILA, Edison; D’ÁVILA, Márcia. Festas e tradições populares de Itajaí. 2.ed. Itajaí: FGML, 2001.

2 – PIAZZA, Walter F. Folclore de Brusque. Brusque: SAB, 1960.

3 – SOARES, Doralécio. Aspectos do folclore catarinense. Florianópolis: ed. autor, 1970.

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