Vila Operária
O nome integral da localidade originalmente era Vila Operária Pereira Oliveira, em homenagem ao então presidente da Província de Santa Catarina. Trata-se do primeiro empreendimento particular de urbanismo em Itajaí, dividido em duas partes: loteamento com núcleo residencial; parque fabril.
O loteamento também era dividido em duas partes: terrenos e moradias para classe média, terrenos e moradias a preços populares – estes mais afastados da rua principal do empreendimento, a Rua Andrade Müller – atual Rua José Eugênio Müller.
O empreendimento surgiu com a fundação, a 29 de setembro de 1924, da Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada – Construtora Catarinense, tendo como idealizador o empresário e político José Eugênio Müller.
No ano de 1925 a empresa comprou terras de Alberto Pedro Werner e da empresa Paulino Salgado & Cia, abrindo as ruas Andrade Müller [rua das Figueiras], Alberto Werner, Alfredo Trompowsky, Carlos Seára e João Gaya. A principal praça recebeu um nome para homenagear os trabalhadores: Praça Primeiro de Maio. Atualmente esta praça abriga os bustos dos aliados políticos José Eugênio Müller e Getúlio Vargas, ambos vinculados ao “movimento trabalhista” iniciado com a Revolução de Trinta.
O empreendimento Vila Operária estava restrito a cinco ruas e duas praças, mas foi largamente ampliado com iniciativas imobiliárias anexas, como foi o caso do loteamento Fiúza Lima, Lito Seára, Dom Bosco. Ainda na década de 1930 a Caixa Beneficente dos Estivadores de Itajaí, comprou terra próxima da Vila Operária para oferecer moradia, a preço subsidiado, aos trabalhadores.
Surgiu a rua dos Estivadores, hoje denominada Rua Pereira Neto, uma homenagem a José Pereira dos Santos Neto, um dos fundadores do Sindicato dos Estivadores de Itajaí. O parque fabril recebeu uma primeira unidade produtora ainda no ano de 1925. Tratava-se de uma fábrica de cigarros. Também estava ganhando forma as instalações de uma fábrica de tecido, posteriormente incorporada pelo Grupo Renaux – atualmente sede da Biblioteca Silveira Júnior.
Marcos históricos
Ainda no ano de 1925 foi lançada a pedra fundamental da igreja Nossa Senhora da Paz – fazendo referência à paz social que deveria reinar entre as classes trabalhadora e patronal; a 12 de outubro de 1928 foi inaugurado o Grupo Escolar Lauro Müller; em 1938, foi fundada a Sociedade Recreativa e Cultural da Vila; em 1942, O Grupo Escolar Floriano Peixoto; em 1952, a Sociedade Beneficente e Cultural Sebastião Lucas; em 1962, o Colégio Cenecista Pedro Antônio Fayal; em 1969 – o Colégio Estadual Deputado Nilton Kucker; em 1974, o Coral Villa-Lobos; em 1975 – a nova rodoviária – que deu espaço em 2004 a nova prefeitura de Itajaí; em 1982, o Ginásio de Esportes Gabriel José Collares; em 2000, a Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido da Silveira Júnior.
Delimitação territorial
O prefeito Jandir Bellini sancionou a Lei nº 3359, de 21 de dezembro de 1998, dividindo o perímetro urbano de Itajaí em zonas administrativos. A Vila Operária foi incluída como a nona zona administrativa com o seguinte território:
“Rio Itajaí-Mirim, Rua Heitor Liberato, Rua Alberto Werner, seguindo os limites do Centro e Dom Bosco, até o Rio Itajaí-Mirim.”
No ano de 2013 a Câmara de Vereadores constituiu uma Comissão Especial Parlamentar para criação e delimitação dos bairros de Itajaí. Na conclusão dos trabalhos os vereadores propuseram que a prefeitura criasse os bairros: Carvalho, Praia Brava, Volta de Cima, Murta, Imaruí, Salseiros, Vila Operária, Santa Regina. O Bairro Vila Operária teria o seguinte território:
“Inicia no ponto de encontro entre a Rua heitor Liberato e a Rua Fiúza Lima segue até encontrar a rua Joaquim Falco Uriarte onde quebra em sentido Leste até a Av. José Eugênio Muller, onde segue até encontrar a rua Brusque, segue até a Rua Umbelino de Brito até a Rua Almirante Barroso, segue até a rua Joaquim Lopes Correa até encontrar a rua Heitor Liberato onde quebra em sentido oeste até a rua Constantino Lucas Pereira onde quebra em sentido Norte até a rua Olegário de Souza Jr., segue pela Av. Irineu Bornhausen, Av. Cel. Eugênio Muller até a rua Benjamin Franklin Pereira onde quebra em sentido sul até o ponto inicial.”
FONTE: Itajahy – cantos, recantos e encantos – história das comunidades itajaienses. Magru Floriano. Itajaí: Brisa Utópica, 2021. Disponível em magru.com.br.