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Bairro Cordeiros

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O nome Cordeiros faz referência direta à família de Fermino Vieira Cordeiro. Ele teria vindo da Bahia junto com mais dois irmãos. Os três compraram as terras da margem esquerda do Rio Itajaí-Mirim até Espinheiros. Entre Cordeiros e Espinheiros os Cordeiro foram abrindo uma picada, que depois passou a ser a principal via de acesso entre Itajaí e Blumenau.

Especula-se que os irmãos Cordeiro tinham descendência açoriana e chegaram a Itajaí por volta de 1872 após lutarem na Guerra do Paraguai. Nos primeiros tempos a região era completamente isolada do centro urbano de Itajaí, não obstante estar bem próxima da Barra do Rio, região que sofria, desde 1840, forte processo de urbanização.

A balsa que fazia a travessia do Rio Itajaí, ligando o norte ao sul do Estado de Santa Catarina, ficava na Barra do Rio, deixando Cordeiros em completo isolamento até 1930, quando foi inaugurada a Ponte Marcos Konder.

Chegada das escolas

No ano de 1935 o prefeito Arno Bauer transferiu a escola municipal de Espinheiros para Cordeiros, sendo que no ano de 1966 ela recebeu o nome de Escola Básica Antônio Ramos – doador do terreno onde ela foi instalada às margens da estrada geral para Blumenau.

No ano de 1956 foi transferida para Cordeiros a Escola Isolada Pedra de Amolar / Volta de Cima, recebendo o nome de Escola Estadual Dom Afonso Niehues que recebeu novo prédio no ano de 1969.

Paróquia Católica

No ano de 1959 foi erguida uma capela em devoção de São Cristóvão, tornando-se tradição no Município a procissão dos caminhoneiros em devoção ao santo. A Arquidiocese de Florianópolis criou em 1968 a Paróquia São Cristovão, colocando em sua jurisdição dezenove comunidades católicas de Itajaí.

Crescimento econômico

A localidade foi crescendo de forma acelerada com a instalação de inúmeras madeireiras, depósito de exportação de fumo da Souza Cruz e, principalmente, os terminais de petróleo [Texaco, Esso, Ipiranga, Shell, Atlantic] e gás [Liquigás, Heliogás] ainda nas décadas de 1950-1960.

Cordeiros ficou para sempre marcado na história de Itajaí quando, a 02 de fevereiro de 1965, pegou fogo no navio Petrobras Norte, durante operação de descarga de gás liquefeito, colocando toda a população de Itajaí em risco. (Saiba mais em Incêndio do Navio Petrobras Norte)

As empresas petroleiras deixaram o local em 1997, quando a Petrobrás inaugurou o oleoduto Araucária-Biguaçu, mantendo em Guaramirim e Itajaí depósitos intermediários. Os depósitos de combustível passaram para a região de Rio do Meio – na Avenida Benjamim Dagnoni.

Mudanças estruturais

Às margens do Rio Itajaí foi criado, em 1996, o Parque Náutico Odílio Garcia – sendo este nome homenagem ao marítimo, tripulante do navio Petrobras Norte, morto no incêndio de 1965 após reconhecido ato de bravura. No ano de 1986 foi inaugurada a ponte Tancredo Neves ligando Cordeiros a São Vicente. Uma segunda ligação foi feita em 2001 com a ponte Wilson Kleinubing.

A geografia da localidade foi marcada em definitivo por uma grande obra pública: a retificação do Rio Itajaí-Mirim. A obra iniciou no ano de 1963 passando a ser o grande divisor entre Cordeiros e São Vicente. A Lei nº 3359, de 21 de dezembro de 1998, estabelece como a décima segunda Zona Administrativa de Itajaí a Zona Cordeiros, abrangendo o seguinte território: “Canal de Retificação do Rio Itajaí-Mirim, Br-101, Rua Dr. Reinaldo Schmithausen, Avenida Presidente Castelo Branco, Ribeirão da Murta, Rua Envino Carlos Truppel, rio Itajaí-Açu, Rio Itajaí-Mirim, até o ponto inicial – Canal de Retificação do Rio Itajaí-Mirim.”

Loteamentos

Gradativamente Cordeiros foi recebendo grandes loteamentos populares e núcleos habitacionais, sendo o maior deles o Núcleo Habitacional General Costa Cavalcanti. Na localidade conhecida popularmente por Brejo foram abertos os loteamentos Bertoldo Michels, Jardim Progresso e Jardim Esperança. Em Cordeiros temos ainda os loteamentos Celeste Girardi, Jardim Juliete, Jardim Itália, Jardim Santa Rita, União, Murta, Votorantim, e, os núcleos habitacionais Lar Brasileiro e Abdon Fóes.

Brejo

A localidade conhecida como Brejo fica localizada no Bairro Cordeiros, na margem direita da Avenida Reinaldo Schmithausen. As terras às margens da então rodovia Itajaí-Blumenau abrigaram inicialmente inúmeras empresas que mantinham depósito de madeira para exportação pelo Porto de Itajaí.

As áreas utilizadas por essas empresas eram aterradas, mas o território aos fundos até o Ribeirão da Murta era alagadiço, daí recebendo o nome popular de Brejo. As madeireiras deram lugar a grandes loteamentos populares, com a região se transformando em uma das áreas mais densamente habitada de Itajaí.

Entre os loteamentos surgidos no local temos: Bertoldo Michels – nome em referência ao proprietário de terras e madeireira, Jardim Progresso e Jardim Esperança.

Costa Cavalcanti

A localidade dá lugar a um grande conjunto habitacional popular que recebe o nome do General José Costa Cavalcanti, militar que atuou no Golpe de Estado de 1964 e integrou todos os governos da Arena até 1984. Foi ministro do Interior e das Minas e Energia. Presidente da Itaipu Binacional e Eletrobrás.

O Núcleo Habitacional General Costa Cavalcanti integra o bairro Cordeiros e é composto por cerca de quinhentas casas de alvenaria com dois e três dormitórios. Popularmente o núcleo também é conhecido por Costa Calvalcanti e Costa. O prefeito Julio César sancionou a Lei nº 1202, de 15 de janeiro de 1973, transformando o núcleo residencial em bairro, separando-o administrativamente de Cordeiros. Uma lei que nunca “pegou” entre as comunidades, já que o Costa está encrustado no coração de Cordeiros fazendo com que as pessoas tenham visão única da comunidade.

Terceiro Distrito Industrial

Próximo à BR-101 foi instalado o Terceiro Distrito Industrial nos primeiros anos da década de 1970. A Lei nº 1402, de 28 de maio de 1975, denomina esse polo industrial de Antonio Célio Moreira. Ali foi instalada a industrial de artefatos de papel Trombini e outras empresas de médio porte.

Texto: Magru Floriano
FONTE: Itajahy – cantos, recantos e encantos – história das comunidades itajaienses. Magru Floriano. Itajaí: Brisa Utópica, 2021. Disponível em magru.com.br.

Colaborações: Flávio André da Silva /

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