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Revolução Federalista

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A Revolução Federalista inicia oficialmente no Rio Grande do Sul no dia 02 de fevereiro de 1893 quando Gumercindo Saraiva adentra o território brasileiro, oriundo do Uruguai, e promove uma série de ações hostis aos governos federal e estadual. As Tropas Federalistas [Exército Libertador] chegam ao território de Itajaí no dia 30 de novembro de 1893 passando por Bagé, Pelotas, Lages e Blumenau. Por outro lado, as Forças Legalistas que defendiam o governo Floriano Peixoto [Divisão do Norte] chegaram à Itajaí no dia 07 de dezembro de 1893, vindas por Brusque. Chegaram a acampar na localidade de Arraial dos Cunhas e passaram o Ribeirão Canhanduba através de balsas improvisadas, já que as forças revoltosas colocaram fogo nas duas pontes existentes no local.

BATALHA DE ITAJAÍ

Os combates envolvendo a Divisão do Norte [legalista] e o Exército Libertador [federalista] ocorrem no dia 08 de dezembro às margens do Rio Itajaí-Mirim [Rio Pequeno], com as operações bélicas ocupando grande parte do território itajaiense: Canhanduba, Arraial dos Cunhas, Quilômetro Doze, Itaipava, Carvalho, Ressacada, Vila Operária, Rio Pequeno, Matadouro, Barra do Rio, Centro, São João, Fazenda. No dia 09 de dezembro a Divisão do Norte é dividida em duas colunas que marcham sobre a Villa de Itajahy que estava ocupada pelo Exército Libertador, contando, inclusive, com apoio de navios fundeados no Rio Itajaí. A batalha pelo domínio territorial de Itajaí começou às cinco horas da tarde do dia 09 com confrontos diretos a partir da localidade de Carvalho, durando até o dia 11 de dezembro. Ambos os lados recebem reforço durante a luta. Não se tem números exatos de mortos e feridos na ‘Batalha de Itajahy’, mas alguns historiadores chegam a considerar a possibilidade da morte de até 800 soldados legalistas e quase 100 soldados revoltosos.

No final do dia 10 de dezembro de 1893 as tropas federalistas embarcam nos navios ‘Meteoro’ e ‘Uranus’ evitando novos confrontos diretos com as tropas legalistas. Itajaí tinha de ser resgatada pelas tropas do Governo Federal porque era considerada ponto estratégico em toda a guerra por causa do seu porto que comportava operação dos grandes navios de apoio aos revoltosos. A tomada oficial do Centro da Villa de Itajahy ocorreu no dia 11 de dezembro de 1893, com a instalação de dois canhões Krupp no Morro da Atalaia para proteger a barra do Rio Itajaí e, também com o aprisionamento dos vapores federalistas ‘Progresso’ e ‘Charuto’ – responsáveis pelo carregamento de mantimentos da tropa revoltosa.

Acontece que no dia 12 de dezembro, surpreendentemente, o navio revoltoso ‘República’ retorna à Itajaí e promove fogo de artilharia pesada contra alvos militares das tropas legalistas. Ataca as posições legalistas no Morro da Atalia e Carvalho. No dia 19 de dezembro as forças legalistas estavam acampadas na região de Gaspar, recompondo forças, enquanto as forças revoltosas tomavam todo o território entre Itajaí, Brusque e Ilhota contando com o apoio logístico de três navios. Os revoltosos mantêm o domínio do território de Itajaí até 26 de dezembro. No dia 27 atacam as tropas legalistas próximo a Blumenau e seguem em luta, até Lages, em 13 de janeiro de 1894.

Como herança da ‘Revolta da Armada’ e ‘Revolução Federalista’ Itajaí ganhou os destroços do navio ‘Pallas’, até hoje depositados no fundo do Rio Itajaí, na sua barra pelo lado do Molhe Norte – Navegantes.  Em 2023/2024 muitas reuniões foram promovidas para realizar a retirada desses escombros visando formar o acervo inicial de um museu. As prefeituras de Itajaí e Navegantes demonstram interesse no projeto que conta com a participação da Marinha de Guerra do Brasil, as duas prefeituras, governos federal e estadual, além do Instituto Soto. A retirada dos destroços do ‘Pallas’ é considerada fundamental pela Superintendência do Porto de Itajaí nas obras de ampliação da Bacia de Evolução do Porto de Itajaí.

TEXTO: Magru Floriano. Itajaipedia.

FONTE: FLORIANO, Magru. Revolução Federalista – 120 anos da Batalha de Itajahy. IN: Anuário de Itajaí de 2013. Itajaí: FGML, 2013. Páginas 31-47.

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