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Bairro Nossa Senhora das Graças

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Conhecido popularmente como Matadouro, em referência direta ao matadouro público erguido no local pela prefeitura, em 1908, visando o abate de animais em condições sanitárias mais adequadas. Com o término das atividades do matadouro as terras começaram a ser invadidas por trabalhadores jornaleiros, notadamente a encosta do morro.

História da ocupação

O processo de ocupação desordenada ganhou força a partir de 1954, quando da construção da ferrovia e a chegada de levas sucessivas de trabalhadores do interior do Vale do Itajaí em busca de trabalho nas atividades portuárias.

Na década de 1960 o local já era alvo de diversas ações sociais da prefeitura e de entidades filantrópicas. Essa preocupação social culminou, em 1961, com a criação do “oratório festivo’- embrião do Parque Dom Bosco – por membros da Congregação Salesiana.

Entre 1960 e 1970 o local continuava sendo muito malvisto pela comunidade itajaiense. Contribuía para tanto, um lixão conhecido popularmente como Lagoa do Minella, onde o salesiano Aquilino Minella recebia lixo urbano para alimentar porcos. A área foi recuperada a partir de 2005 dando lugar ao Espaço Verde – escola de campo do Colégio Salesiano de Itajaí.

Denominação

Chamado popularmente e até oficialmente em algumas épocas de Matadouro, o bairro recebeu o nome de Nossa Senhora das Graças, sendo que encontramos registros oficiais deste nome desde 1953 (lei 132/53) até os dias atuais.

O prefeito Eduardo Sólon Cabral Canziani sancionou a Lei nº 397, de 18 de dezembro de 1961, denominando de Bairro Dom Bosco “a região conhecida por Matadouro”. A lei foi revogada em 1968 e nos anos 70 grande o local era chamado oficialmente de Matadouro.

Pela divisão das zonas administrativas criadas pela lei 3359/1998, o local ficou inserido na Zona Ressacada, que, de acordo com a lei, vai até o campus da Univali, onde faz limite com a Zona Fazenda.

Locais

Em 1950 a comunidade ergueu a capela em adoração a Nossa Senhora das Graças, incluída pela Arquidiocese de Florianópolis, em 1968, na jurisdição da Paróquia São João Bosco com matriz no Parque Dom Bosco.

O prefeito Paulo Bauer assinou o Decreto nº 11, de 01 de agosto de 1952, transferindo a Segunda Escola Mista Municipal de Salseiros para “a localidade da linha da Estrada de Ferro, nesta cidade, nas proximidades do Matadouro Municipal, onde funcionará com a denominação de Escola Municipal Irmã Anchieta.”

Realocação populacional

Visando conter o processo de ocupação desordenada a prefeitura promoveu, entre 1970 e 1973, diversas ações de regularização fundiária.

A Lei Ordinária nº 1603/1978, sancionada pelo prefeito Amilcar Gazaniga a 17 de fevereiro de 1978, autorizou a municipalidade a participar de projeto habitacional a ser implantado pela Cohab – Companhia Habitacional de Santa Catarina – “com vistas ao desfavelamento do Bairro Matadouro”, transferindo diversas famílias para o Conjunto Habitacional Promorar I, no Bairro São Vicente (hoje pertencente ao bairro Cidade Nova).

As iniciativas da prefeitura não obtiveram os resultados esperados e o local continuou sendo ocupado de forma desordenada a ponto de criar um segundo ponto de invasão, atualmente conhecido como Vila da Paz.

Vila da Paz em dia de enxurrada

Vila da Paz em dia de enxurrada | Foto: Magru Floriano

Vila da Paz

A localidade que foi erguida nos fundos do Matadouro na encosta da morraria a partir de 1990 recebe o nome informal de Vila da Paz. Possui dois acessos: o primeiro, pelo caminho que passa por trás do presídio do Matadouro; o segundo, pela Rua Antônio de Meneses Vasconcelos de Drummond – estrada de acesso ao mirante do Morro da Cruz e Castelo Montemar.

FONTE: Itajahy – cantos, recantos e encantos – história das comunidades itajaienses. Magru Floriano. Itajaí: Brisa Utópica, 2021. Disponível em magru.com.br.

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